Estado vai ter US$ 11,4 bilhões até 2027

Minas Gerais terá investimentos da ordem de US$ 11,4 bilhões do setor mineral, no intervalo de 2023 a 2027, segundo o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram). O valor representa 26,3% do total nacional. É o segundo maior destino dos investimentos no País. A primeira posição é do Pará, com US$ 13,9 bilhões, 32,1% das inversões dos aportes do segmento no País.
Além de Minas e Pará, Bahia, com US$ 10,2 bilhões (23,6% do total) é outro estado que detém boa parte dos investimentos da atividade. Os três somados totalizam 82% dos recursos do setor mineral. No total, serão US$ 50 bilhões até 2027 no Brasil, montante superior ao período de 2022 a 2026 (US$ 40,4 bilhões).
O diretor-presidente do Ibram, Raul Jungmann, observa que, mesmo com resultados de 2022 inferiores ao do ano anterior, as mineradoras vão ampliar os investimentos no País, principalmente, socioambientais – de US$ 4,2 bilhões para US$ 6,5 bilhões em cinco anos. O motivo para os aportes é a projeção de crescimento de consumo futuro.
E o maior volume dos aportes será direcionado ao minério de ferro, com US$ 17 bilhões, ou 24% a mais que no período anterior (2022-2026), seguido pelo cobre que receberá US$ 4,5 bilhões (255% a mais). O níquel será contemplado com aportes de US$ 2,3 bilhões, o que representa uma alta de 60%.
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Já o ouro terá decréscimo de 2%, com recursos da ordem de US$ 2,8 bilhões. Mesma situação para a bauxita, que receberá investimentos de US$ 5 bilhões, o que significa recuo de 11%. Os minérios de fertilizantes terão 9% menos de aportes, em um total de US$ 5,2 bilhões. O zinco vai receber 53% menos, totalizando US$ 113 milhões.
Os maiores estados produtores de minérios do País – Minas Gerais e Pará – registraram queda no faturamento no ano passado frente a 2021, de acordo com o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram). Foram contabilizados no Estado R$ 100,5 bilhões, 30% menos que o registrado no ano anterior (R$ 143 bilhões). O Pará teve um recuo ainda maior, de 37%, totalizando R$ 92,4 bilhões em 2022, contra R$ 146,6 bilhões em 2021.
Ambos os estados perderam participação no total de faturamento da mineração no Brasil, o share de Minas caiu de 42% para 40%, de 2021 para 2022. O Pará passou de 43% para 37% no mesmo período.
Em 2022, a produção de minérios estimada pelo Ibram no País foi de 1,05 bilhão de toneladas, 12% abaixo do total em 2021 (1,19 bilhão de toneladas). O faturamento da indústria também apresentou recuo. Saiu de R$ 339 bilhões em 2021 para R$ 250 bilhões em 2022, queda de 26%.
Conforme o diretor-presidente do Ibram, Raul Jungmann, entre os motivos para a retração estão as medidas de lockdown contra Covid-19 na China, que reduziu a produção siderúrgica, bem como o controle de estoques de minério de ferro nos portos chineses. Ambos influenciaram a queda dos preços da commodity de 25%.
Cfem
A atividade mineral foi em 2.699 municípios do País em 2022, o que representa 48% do total nacional, segundo levantamento do Ibram feito com base no recolhimento da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem), o royalty do setor. Em Minas Gerais, 521 municípios foram contemplados com o recurso (61% do total), sendo Conceição do Mato Dentro o que mais recebeu no Estado e o terceiro lugar no Brasil, com R$ 392 milhões. Os dois primeiros lugares foram de municípios no Pará: Parauapebas (R$ 1,385 bilhão) e Canaã dos Carajás (R$ 1.061 bilhão).
Os cinco maiores estados mineradores do País — Minas Gerais, Pará, Bahia, Goiás e Mato Grosso — juntos correspondem a 95% da arrecadação nacional do recurso. Minas detém 44%, seguido por Pará (42%) e Bahia (3%).
A redução do faturamento da atividade no ano passado levou a uma queda da Cfem. Em Minas, o recuo foi de 32% em 2022, chegando a R$ 3,1 bilhões. Em 2021, a arrecadação foi de R$ 4,6 bilhões. No País, o recuo foi de 31,8%, totalizando R$ 7 bilhões em 2022. Considerando Cfem e tributos, a atividade recolheu no País R$ 86,2 bilhões no ano passado, enquanto que em 2021 havia recolhido R$ 117 bilhões.
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