Estratégia de longo prazo é fundamental para crescimento do País, afirma Tebet

O Brasil necessita de uma estratégia de longo prazo, construída por todos os setores da sociedade, para crescer, afirmou a ministra do Planejamento e Orçamento (MPO), Simone Tebet (MDB), durante o evento “Diálogos para Construção da Estratégia Brasil 2050”, promovido pela Secretaria Nacional de Planejamento (Seplan) do MPO, realizado nesta sexta-feira (21), no Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), em Belo Horizonte.
O evento contou com a participação do prefeito de Belo Horizonte em exercício, Álvaro Damião (União Brasil), e do presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe.
Liderada pela Seplan do MPO, a Estratégia Brasil 2025-2050 busca orientar o desenvolvimento nacional até 2050, mobilizando setores público, privado e sociedade civil. A elaboração da proposta deve ser finalizada até 31 de julho de 2025. A construção da Estratégia Brasil 2050 acontece em múltiplas etapas, que incluem eventos regionais para promover escutas locais e incentivam o diálogo entre diferentes setores da sociedade.
Desafios para o crescimento
A ministra explicou que uma estratégia de longo prazo para o País é fundamental para um crescimento da economia, do Produto Interno Bruto (PIB) per capita, do setor produtivo, e para o controle da inflação e melhorias dos serviços públicos, frente aos novos desafios que a sociedade brasileira tem hoje e terá no futuro, como o envelhecimento da população.
“Planejar, a partir de agora, a estratégia do Brasil que queremos já para 2030, para 2035, 2040, em todos os setores, passa por entregar para o Brasil, esse esforço de ouvir todos os estados brasileiros e todos os setores, do trabalhador, sindicalista, até a grande indústria, da agricultura familiar ao grande agro, da juventude ao aposentado. E com isso traçar de que forma vamos fazer para chegar aos indicadores e metas que queremos”, declarou.
Simone Tebet destacou que a proposta da Estratégia Brasil 2050 terá diversos guarda-chuvas temáticos, como mudanças climáticas e demografia, embasados com estudos de fundações, universidades, prefeituras e governos estaduais, além dos ministérios do governo federal.
A ministra lamentou que um planejamento de longo prazo nunca esteve na pauta dos governos no País, e contou uma experiência que teve durante uma viagem à China, quando foi perguntada pela classe política e empresarial de Pequim sobre a política brasileira de longo prazo em diversas áreas, como comunicação, inteligência artificial e agronegócio, mas não tinha o que mostrar aos chineses.
“Voltei determinada. Falei: ‘Não é possível. O Brasil vai entregar essa estratégia’. E é importante dizer: ali não tem nada de ideológico. Não tem direita, esquerda, radicalismo, polarização, pauta de costumes, ali tem Brasil puro e, com o apoio da sociedade, o que queremos nos próximos 25 anos, a partir de 2026, e o que fazer para chegar lá”, finaliza.
Importância local para a estratégia de longo prazo do Brasil
A secretária nacional de Planejamento do MPO, Virgínia de Ângelis, destaca que a pasta tem o desafio de construir uma estratégia que ganhe legitimidade, para tratar dos principais desafios que o País tem a enfrentar até 2050. A proposta deverá mostrar os ativos existentes em território nacional, que possam dar ao Brasil um diferencial competitivo, inclusive no cenário internacional.
Para buscar essa legitimidade, o Ministério necessita mobilizar os atores que vão construir essa visão de futuro, no qual ela citou os governos federal, estaduais e municipais, além do setor privado, a sociedade civil organizada, os centros de pesquisa e os movimentos sociais.
“A gente tem a ambição de construir um plano de estado, que unifique essas diversas visões que temos. E para isso precisamos trazer os atores para o diálogo, para o processo, eles precisam ser ouvidos”, disse. “Tem muita coisa que não conseguimos captar só nos estudos que estamos fazendo. Tem essas especificidades de cada região, de cada estado, estamos buscando por meio dos diálogos e aí essa importância do evento que a gente fez aqui”, completa Virginia de Ângelis.
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