Etanol impulsiona a venda de combustíveis em Minas Gerais

Mais uma vez as vendas de combustíveis, em Minas Gerais, apresentaram resultados positivos. De acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), entre janeiro e abril deste ano, a alta foi de 8,76% no consumo total de combustíveis se comparado com o mesmo período do ano passado, totalizando cerca de 5,4 bilhões de litros. A alta do acumulado dos quatro primeiros meses do ano foi puxada pelo etanol hidratado, que encerrou o período com aumento de 74,8% nas vendas, já a gasolina fechou o primeiro quadrimestre em queda de 9,74%.
Apenas em abril, o Estado consumiu 1,45 bilhão de litros de combustíveis, 4,7% a mais que o mês de março deste ano, quando foram comercializados 1,39 bilhão de litros.
De acordo com os dados da ANP, o etanol hidratado foi o que apresentou maior alta nas vendas. Enquanto no primeiro quadrimestre do ano passado o Estado consumiu 4,8 milhões de litros de etanol, este ano em igual intervalo foram 8,5 milhões de litros de etanol no Estado, um acréscimo de 74,8%.
De acordo com o professor de Finanças do Ibmec Rio, Gilberto Braga, o avanço do consumo de etanol se deve a safra bem-sucedida em termos de produção, o que leva o governo a aumentar a proporção da mistura do etanol na gasolina. “Primeiro o preço cai por causa da oferta. Segundo, o governo aumentando a proporção da mistura da gasolina, faz a demanda aumentar”, analisa.
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Porém, o professor pontua que na entressafra ocorre o efeito inverso. “A oferta diminui, o preço começa a subir e a procura cai”, diz. E os dados da ANP comprovam o ciclo. De março para abril, a comercialização do etanol mostrou sinais de retração e o consumo reduziu 4,73%, passando 220 milhões de litros para 210 milhões em abril.
“Para o etanol ser vantajoso em relação à gasolina, ele tem que custar em média até 70% do preço da gasolina. Se ele custar mais caro, fica desvantajoso para o motorista em condições normais. Então, o que acaba acontecendo é que quando você entra no período que a safra já está para acabar, o preço sobe porque a oferta diminui e aí muitos motoristas voltam para a gasolina”, explica.
Paridade de preço entre os combustíveis beneficia o etanol
A paridade dos preços também é o motivo principal para a alta do etanol, de acordo com o consultor Dietmar Schupp, especialista em tributo combustível. Ele lembra que 19% do etanol consumido no Brasil é proveniente do milho, que não tem sazonalidade. E reforça que a alíquota fixa (ad rem) dos combustíveis aumentou em fevereiro passando de R$ 1,22 para R$ 1,3721. “Ou seja, mais R$ 0,15 no preço da gasolina que tem estado com preço estável a nível de produtor, e diminuindo a competitividade dela, frente ao etanol”, analisa.
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