Minas Gerais terá usina de etanol de milho com investimentos de R$ 1,1 bilhão

Atento ao dinamismo da agroindústria brasileira, o Grupo Sada vai investir R$ 1,1 bilhão em projetos de etanol de milho nos municípios de Montes Claros de Goiás (GO) e Jaíba, no Norte de Minas Gerais. Na cidade mineira, a iniciativa está em fase de licenciamento ambiental, com previsão de iniciar a produção industrial em 2027.
Previsto para ser concluído em setembro do próximo ano, o silo terá capacidade de armazenagem de 120 mil toneladas de milho. O amplo volume permitirá a produção de etanol de milho com 180 milhões de litros/ano, em operação contínua, atenuando a sazonalidade da cana-de-açúcar e garantindo uma oferta mais estável de biocombustível no mercado.
O investimento, conforme o presidente do Grupo Sada, Vittorio Medioli, é estratégico para ampliar a atuação da empresa na agroindústria, diversificando o portfólio. Hoje, a marca se destaca no segmento de logística e transporte automotivo e a produção de etanol de milho será complementar à operação da “Sada Combustíveis” por meio de 11 bases de distribuição em nove estados do País.
A ideia, segundo ele, é aproveitar a elevada demanda por soluções que unem a presença no setor em que o Brasil é competitivo com a necessidade de produção de energia renovável. “Queremos fortalecer nossa posição em um dos segmentos mais promissores da economia brasileira”, destaca.
A energia produzida no Norte de Minas Gerais será gerada por meio da queima do bagaço da cana-de-açúcar. A partir da reconfiguração das usinas, a expectativa é que haverá reaproveitamento das caldeiras, turbinas a vapor, geradores de energia e sistemas de tratamento, reuso e refrigeração de águas industriais.
Unidade em Goiás terá coprodutos para fabricação de ração animal e óleo vegetal
Em Montes Claros de Goiás, as obras da usina já estão 30% concluídas, com previsão de início da operação da produção industrial no segundo semestre de 2026. A unidade terá capacidade de armazenagem de 160 mil toneladas por ano, com produção prevista de 180 milhões de litros anuais de etanol de milho.
No município goiano, haverá ainda a venda de coprodutos gerados no processo, como o farelo de grãos secos de destilaria com solúveis (DDGS) – um coproduto da produção de etanol de milho. O insumo, de alto valor proteico, é bastante utilizado como matéria-prima para a fabricação de ração animal e óleo vegetal.
A previsão, segundo a empresa, é produzir 123 mil toneladas anuais de DDGS e de 7,5 mil litros de óleo de milho. Outro potencial citado está na utilização da biomassa da cana, conhecido também como bagaço, para geração de vapor e energia necessários à fermentação do milho.
Embalada pelos novos projetos, a União Nacional do Etanol de Milho (Unem) estima que a produção de etanol de milho deverá atingir 15 bilhões de litros anuais até 2032. O montante também deve ser influenciado pela utilização do cereal de segunda safra, que vem ganhando espaço no Brasil como alternativa para ampliar a oferta de matéria-prima.
“O investimento do Grupo Sada acompanha esse robusto crescimento do setor de agroindústria de biocombustíveis no Brasil e se destaca pela visão de longo prazo e pelo uso inteligente de recursos”, acrescenta a entidade.
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