EuroChem em Minas deve atingir capacidade instalada em 2027
O Complexo Mineroindustrial do Grupo EuroChem, um dos líderes globais do segmento de fertilizantes, no município de Serra do Salitre, no Alto Paranaíba, deve alcançar a capacidade instalada de produção de 1 milhão de toneladas de fertilizantes fosfatados por ano em 2027. A expectativa inicial era que isso ocorresse em 2025.
De acordo com o CFO e CEO adjunto da unidade, Alexandre Aigner, em 2024 foram produzidas 400 mil toneladas, neste exercício serão cerca de 540 mil toneladas e no ano que vem, 700 mil toneladas. E por se tratar de um complexo que contempla o processo da mineração até a produção do fertilizante, com várias etapas dentro da planta, é normal que a planta seja ativada aos poucos e sejam necessários ajustes até a capacidade máxima.
“Esse é um número que já surpreende bastante e que vai nos permitir alcançar a capacidade instalada à medida que formos terminando a rampa de elevação da produção. Em 2026 já teremos uma evolução significativa com relação a 2025 e alcançamos a maturidade rumo à capacidade no decorrer do exercício. Por isso, em 2027, certamente, vamos estar prontos para chegar perto da produção máxima”, detalha.
Subproduto – Paralelamente, a empresa vem planejando a ampliação da produção no complexo, inclusive envolvendo outras empresas. Segundo o executivo, isso seria feito com a mesma capacidade instalada, por meio de melhorias na qualidade do insumo de rocha fosfáltica, o que permitirá gerar um subproduto final em volume superior ao da capacidade instalada.
“Essa capacidade de produção de 1 milhão de toneladas considera nossa estrutura, nossa mina. Porém, a geração do subproduto depende da alimentação de rocha feita na entrada da planta. Temos tido algumas discussões estratégicas para conseguir acessar outros materiais com teor ainda elevado de fosfato, o que permitiria uma produtividade maior. Mas neste momento, a prioridade é alcançar a capacidade nominal”, explica.
Vale lembrar que a planta da EuroChem em Serra do Salitre foi concebida para funcionar de forma integrada, ou seja, da extração da rocha fosfáltica à distribuição dos fertilizantes. Inaugurada em março de 2024, o complexo conta com 19,7 milhões de metros quadrados de área em toda a extensão, 350 milhões de toneladas de reservas minerais e recebeu mais de US$ 1 bilhão em investimentos. Para isso, o projeto integrado inclui uma mina de fosfato, fábricas de insumos e misturador.
Trata-se da única unidade de mineração da EuroChem fora da Europa. A empresa possui outras quatro minas, além de nove plantas químicas com capacidade de produzir 20 milhões de toneladas de fertilizantes por ano. No Brasil, são 21 unidades de mistura e distribuição de nutrientes.
A produção do empreendimento é exclusiva para o mercado nacional. Assim, a capacidade produtiva de 1 milhão de toneladas de fertilizantes fosfatados por ano vai elevar a produção nacional em 15% – contribuindo diretamente com a redução da dependência da agricultura brasileira à importação.
Por isso, tudo o que está sendo produzido no complexo tem destinação certa. Conforme Aigner, a localização geográfica facilita, já que não há trabalho de importação e nacionalização de produto.
“É uma operação no Brasil, do Brasil e para o Brasil. E, por isso, não guarda nenhuma relação direta com nenhuma estratégia global de fertilizante, porque usamos insumos diferentes do que os outros fazem em termos de distribuição do insumo importado. Além disso, temos uma operação totalmente integrada, que vai da mina até o produto final no mesmo local e com o mercado consumidor também na região, concentrado em Minas Gerais, Goiás e São Paulo”, reforça.
O projeto de mineração foi comprado em 2021 por US$ 450 milhões da norueguesa Yara Fertilizantes. Já a obra foi retomada em julho de 2022 pela EuroChem, que investiu cerca de US$ 500 milhões para concluir o empreendimento.
Exposibram
O CFO e CEO adjunto do Complexo de Salitre participou do painel “Fertilizantes no Brasil: desafios e perspectivas à luz do Plano Nacional de Fertilizantes (PNF)”, no último dia da Exposibram 2025, que ocorreu em Salvador (BA). Ao lado de representantes de outros players do setor, abordou os desafios da produção nacional e as perspectivas futuras da atividade.
Segundo o executivo, foi consenso entre os presentes que a política é boa e necessária e que os biofertilizantes são mercados adicionais e importantes para a economia circular, mas também houve trocas de que a principal fonte de fertilizante para o Brasil e para o mundo está na mineração, especialmente os fosfatados e potássicos.
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