Empregos no setor de eventos superam cenário pré-pandemia em Minas Gerais

A quantidade de pessoas empregadas formalmente no setor de eventos de cultura e entretenimento de Minas Gerais em 2025 apresentou crescimento de 74,7% – maior do que a média nacional (74,6%) – nos cinco primeiros meses de 2025, em relação ao estoque de vagas do mesmo período de 2019, antes da pandemia de Covid-19.
Os números foram divulgados pela Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (Abrape) com base em dados oficiais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Veja os dados de crescimento no Brasil e no Estado abaixo:
Estoque de empregos formais
Brasil | Minas Gerais
2019 (até maio): 190.171 | 8.354
2025 (até maio): 331.987 | 14.593
Alta: 74,6% | 74,7%
Sobre o resultado mineiro ligeiramente superior ao nacional, o presidente da Abrape, Doreni Caramori Júnior, destaca que Minas Gerais tem uma economia forte e diversa, com polos culturais consolidados, especialmente em cidades como Belo Horizonte, que é a quarta cidade do país em número de empresas e empregos no setor de eventos.
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“A recuperação econômica pós-pandemia, o crescimento da formalização, a ampliação da demanda por entretenimento e a valorização de eventos presenciais contribuíram diretamente para esse avanço. O aumento no número de MEIs, estimado em cerca de 25 mil no setor, também mostra o quanto o empreendedorismo tem se fortalecido nesse ecossistema”, aponta Caramori Júnior.
Empresário do setor comemora resultados
O diretor de operações da Panda Inteligência em Eventos, empresa especializada na criação de experiências corporativas, Eduardo Zech, explica que o setor de eventos é, tradicionalmente, uma máquina de contratações, com um peso gigante na economia. Isso porque cada evento envolve uma grande cadeia de fornecedores.

“Cada fornecedor, por sua vez, gera uma outra cadeia de fornecedores para seus serviços e insumos, gerando um efeito em cadeia que amplia a rede de profissionais trabalhando para um único evento. Dependendo do porte do evento, milhares de empregos são gerados para uma única entrega”, afirmou Zech.
Segundo ele, a situação realmente se complicou durante a pandemia. “Tivemos de nos reinventar, aprender novas habilidades, descobrir novos rumos para o setor, nos adaptamos à inteligência artificial para voltar ao mercado, na busca da mesma força que tínhamos antes”, completa o empresário, confirmando a melhoria do mercado.
“Mesmo que sejam contratações temporárias e de curta duração, a frequência é bastante intensa, devido ao aquecimento do setor”, afirma Zech.
Eventos mais comuns em Minas envolvem shows e teatro
Ainda de acordo com a Abrape, os eventos culturais e artísticos, como shows, festivais e apresentações teatrais, representam cerca de 50% do mercado. Veja a divisão abaixo:
- Eventos culturais | 50%
- Eventos corporativos | 30%
- Eventos sociais e recreativos (casamentos e formaturas) | 15%
- Eventos esportivos | 5%
Segundo a entidade, a estimativa é feita com base na composição da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (Cnae), e na dinâmica do setor no Estado.
Profissões em eventos mais demandadas
Segundo Caramori Júnior, a cartela de atividades no setor de eventos é ampla e diversificada.
“Os técnicos de som, luz e imagem estão entre os mais procurados, assim como produtores de eventos, músicos e artistas, profissionais de montagem e operação de estruturas, além de atendentes, recepcionistas e analistas de eventos corporativos”, enumera.
O presidente da entidade ainda afirma que, com a crescente formalização e profissionalização do setor, a procura por mão de obra especializada e qualificada tem impulsionado a busca por cursos técnicos e formações específicas na área.
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