Expectativa de contratações em Minas chega a 25% para o 2º trimestre
Em Minas Gerais o percentual dos empresários que pretendem contratar no 2º trimestre de 2025 chega a 25%. No País, 48% dos empregadores brasileiros planejam contratações no mesmo período, sendo que as empresas brasileiras do setor de Tecnologia da Informação (TI) registram as melhores expectativas (39%). Os empregadores de São Paulo são os que mais devem contratar até o mês de junho, com o percentual alcançando 50%.
Os dados são da Pesquisa de Expectativa de Emprego da ManpowerGroup, que aponta ainda que, com este índice, o País ocupa a 12ª posição mundial em expectativa de contratação para o 1º semestre de 2025. A expectativa líquida é um importante indicador econômico do mercado de trabalho e a taxa é calculada subtraindo o percentual de empregadores que planejam reduzir seu quadro daqueles que pretendem contratar.
Na avaliação do economista e professor de Ciências Econômicas do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec), Luiz Carlos Gama, o aumento do emprego pode estar associado a uma expectativa de crescimento tanto no curto quanto no médio prazo.
“Com isso, as empresas de Minas Gerais precisam contratar mais para conseguir aumentar a produção. O crescimento de 25% do emprego em Minas é a expectativa líquida. Obviamente, é um número positivo, mas se você reparar bem, no caso brasileiro, é mais alto o percentual, tanto de se contratar quanto o percentual que se pretende demitir”, explica.
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Na última estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de novembro de 2024 a janeiro de 2025, o número de desocupados no Brasil era de cerca de 7,2 milhões de pessoas. Em Minas, no terceiro trimestre de 2024, foram registradas 575 mil pessoas desocupadas.
“O País apresenta um número elevado de desocupados. Obviamente, é bom ter essa melhoria e expectativa, mas vale lembrar que, se formos comparar os últimos três trimestres, a gente tem uma queda nessa expectativa. Ela é maior do que no primeiro trimestre de 2024, mas com relação ao final do ano passado, há uma queda”, observa.
Juros e tarifaço podem impactar as contratações em Minas Gerais
Gama reforça o peso do café na pauta exportadora de Minas Gerais e que boa parte do escoamento vai para os Estados Unidos. Portanto, o tarifaço do governo Donald Trump frente à China poderá interferir nos planos de contratações. Outra questão a forma como o Banco Central norte americano vai responder ao aumento de custos nos Estados Unidos.
“Quando você coloca mais tarifas, no fim das contas, você aumenta preço para o consumidor. Esse aperto que pode acontecer lá, pode fazer a inflação subir e levar o Banco Central dos EUA a subir juros, o que pode levar o nosso Banco Central a aumentar ainda mais os nossos juros. Com taxas mais altas, a tendência é de menor investimento e menos contratações. As expectativas atuais são positivas, mas pode ser que mude”, avalia.
Outro impacto analisado pelo economista é um cenário no qual Minas não conseguir vender para os EUA e precisar escoar a produção internamente, derrubando preços. “Do ponto de vista do consumo interno, seria uma coisa boa. Só que vendendo mais barato. Também tem a questão de uma menor produção das empresas, fator que pode diminuir o emprego. Então, tudo vai depender de como essa guerra tarifária vai acontecer nos próximos meses”, explica.
Veja quais são os setores no Brasil que têm expectativas de contratações no 1º semestre
- 39% Tecnologia da Informação
- 38% Serviços de Comunicação
- 36% Saúde & Ciências da Vida
- 33% Indústria & Materiais
- 27% Finanças & Imobiliário
- 22% Energia & Serviços de Utilidade Pública
- 18% Bens de Consumo & Serviços
- 18% Transporte, Logística & Automotivo
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