Exportação de calçados alavanca a recuperação do setor em Minas

O setor calçadista de Minas Gerais está confiante de que caminha a passos firmes para recuperar, em 2022, os índices de produção e vendas do período pré-pandemia. Em 2019, de acordo com relatórios do Iemi (Inteligência de Mercado), o setor entregava 98.425 pares de sapatos/ano, o que corresponde a 10,4% da produção da região Sudeste, que responde por 22,6% da produção nacional.
“Neste fim de ano, foi perceptível o crescimento de demanda, inclusive para exportação, com o mercado americano aquecido para o nosso produto. Durante o Minas Trend – de 1º a 4 de novembro – já havíamos notado que o setor começava a se planejar, com compras para o longo prazo”, afirma o presidente do Sindicato da Indústria de Calçados de Minas Gerais (Sindicalçados), Luiz Raul Aleixo Barcelos.
Durante o evento Análise de Cenários, realizado pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), em outubro, já havia o indicativo de que as exportações seriam fundamentais para a retomada do crescimento ainda em 2021, com incremento de 33,7% em volume e 26,3% em receita no comparativo com o mesmo período de 2020.
Entre os diferenciais do calçado mineiro que enchem os olhos do mercado interno e externo podem ser considerados o capricho do produto manual – com características ainda artesanais – trabalhado nos detalhes, como bordados, trançados, cortes e recortes na matéria-prima, e a multiplicidade de cores: riqueza de detalhes.
O setor calçadista tem pedidos agendados para 2022 e já foram feitas vendas do inverno, o que sinaliza, conforme o Sindicalçados, que o varejo já está voltando aos níveis da pré-pandemia.
“No entanto, um dos nossos desafios está na contratação de mão de obra, que é muito especializada. Temos demanda para contratar e só não o fizemos porque precisamos qualificar pessoal”, pondera Barcelos. “Já estamos buscando, junto com a Fiemg, solucionar este gargalo, para, assim, gerar empregos no Estado”.
Além da mão de obra, a inflação é outra pedra no caminho do setor, uma vez que obriga o empresário a repassar o índice, o que aumenta o custo do produto para o consumidor. “Os aumentos nos valores da matéria-prima são diários. É um desafio manter os preços e não fazer repasses destes custos ao consumidor”, considera Barcelos.
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