Exportação do agronegócio tem trimestre histórico em Minas Gerais

As exportações do agronegócio de Minas Gerais registraram o melhor trimestre da série histórica do setor, iniciada em 1997. Conforme os dados da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), o faturamento gerado com os embarques, de US$ 4,5 bilhões, cresceu 25,8% frente ao mesmo trimestre de 2024. O número recorde fez com que o setor se consolidasse à frente dos resultados da mineração, com uma fatia de 45,3% do total das exportações do Estado. Quanto ao volume exportado, Minas Gerais embarcou 3 milhões de toneladas, queda de 14,2%.
Outro destaque positivo foi a valorização do preço médio da tonelada, que avançou expressivos 46,6%, passando de US$ 988,82 para US$ 1.449,90 atuais. Entre os produtos, o café, que responde por 64,2% da pauta exportadora do agronegócio, registrou incremento de 77,1% no faturamento. Em crescimento, o destaque foram as exportações de ovos, com alta de 266,5%.
De acordo com a assessora técnica da Seapa, Manoela Teixeira, as exportações alcançaram, mais um vez, um patamar inédito. “Os números vêm garantindo com que o agronegócio siga à frente de outros importantes setores da nossa economia, como é o caso da mineração nas exportações. O fator que mais explica o cenário positivo é a valorização do preço médio pago pela tonelada das nossas commodities”.
Ainda conforme os dados da Seapa, Minas Gerais seguiu como o terceiro maior estado exportador de produtos agropecuários do Brasil. Minas ficou atrás apenas de Mato Grosso e São Paulo. Ao longo do primeiro trimestre de 2025, a produção mineira agrícola e pecuária chegou a 150 destinos internacionais. Os principais foram a China (19%), os Estados Unidos (13%), a Alemanha (10%), a Itália (5%) e o Japão (5%).
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Principais produtos de exportação do agronegócio
Com preços recordes no mercado devido à baixa oferta, o café respondeu por 64,2% das exportações do agronegócio de Minas Gerais. Entre janeiro e março, as vendas do grão movimentaram US$ 2,89 bilhões, superando, assim, em 77,1% o valor registrado em igual semestre do ano anterior. Quanto ao volume, de 469,7 mil toneladas, houve alta de 3,3%. Alta significativa no valor médio pago pela tonelada do café, de 71,51%, com o volume negociado a US$ 6.154,64.
No complexo soja, que movimenta o segundo maior faturamento das exportações, o resultado no fechamento do trimestre foi negativo em 18,3% na receita e com queda de 8,8% no volume. Assim, foram embarcadas 1,3 milhão de toneladas do complexo, movimentando US$ 545 milhões.
“A soja apresentou retração, mas a expectativa é que haja forte recuperação nos próximos meses, com o embarque da nova safra”, explicou Manoela Teixeira.
Exportação de proteínas em alta

No grupo das carnes, todas as proteínas seguiram com resultados positivos tanto em volume quanto em faturamento. O grupo foi responsável pela movimentação de US$ 385,7 milhões e um volume embarcado de 115,2 mil toneladas.
Entre as principais proteínas exportadas, o faturamento da carne bovina subiu 19,3% e o volume 8,1%, assim, foram destinadas ao mercado externo 56,7 mil toneladas, gerando receita de US$ 268 milhões.
No trimestre, as exportações de frango movimentaram US$ 94,75 milhões, alta de 25,1%. O volume, 48,8 mil toneladas, cresceu 17,7%. Os embarques da carne suína, de 8,4 mil toneladas, movimentaram uma receita de US$ 18 milhões, crescimento de 69,1% e de 96,5%, respectivamente.
Destaque também para as exportações de ovos. Ainda que com uma participação de 0,1% na composição da pauta exportadora do agronegócios, os embarques cresceram 266,5% em faturamento, gerando US$ 4 milhões, e aumento de 153,2% em volume, com 2 mil toneladas.
“O destaques dos ovos vai para as compras dos Estados Unidos e do Chile. No caso dos Estados Unidos, a gripe aviária que assola aquele país vem fazendo com que eles busquem no Brasil, e em Minas Gerais, ovos para suprir a demanda da população. No caso do Chile, temos acordos que facilitam as transações de ovos para aquele país, o que agiliza as exportações e facilita a parte administrativa em Minas Gerais”, explicou Manoela Teixeira.
Expectativa é de novos resultados positivos
Para os próximos meses, as expectativas são positivas. Conforme a assessora técnica, o tarifaço promovido pelo governo dos Estado Unidos pode favorecer as compras de produtos mineiros.
“Para os próximos meses, talvez tenhamos mais notícias boas com a oportunidade de fazer transações com novos mercados, tendo em vista que o tarifaço aplicado pelos Estado Unidos possa fazer com que outros países busquem novas rotas para adquirir produtos agropecuários”.
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