Exportação é aposta da Delp Engenharia para manter crescimento

Prestes a completar 60 anos, a Delp Engenharia, empresa sediada em Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, que atua no mercado de engenharia e fabricação de equipamentos pesados em aço, se prepara para alcançar novos mercados. Com quatro frentes de negócios, a empresa projeta nos próximos dois anos ampliar as exportações para 20% do faturamento, ante os 5% atuais.
Quem detalha é CEO da empresa, Humberto Machado Zica. De acordo com ele, a companhia vem em um ritmo positivo, marcando a média de 25% de aumento no faturamento nos últimos três anos. “O principal motivo deste crescimento é o avanço do setor de petróleo e gás que desdobrou importantes projetos que estavam represados desde a época do governo Dilma”, comentou.
O setor de petróleo e gás continua sendo o principal mercado da empresa e, por isso, a estimativa é que o crescimento para este ano seja igual aos últimos, em torno de 25%. A empresa chegou, no ano passado, a atingir a capacidade máxima de produção – de 50 mil toneladas, e alcançar cerca de 1 mil colaboradores.
Entretanto, o empresário pondera que alguns desafios podem atrapalhar o ritmo positivo. Zica pontua quatro principais obstáculos nesse rompante de crescimento. O primeiro é o cenário econômico. “O mercado está incerto e os juros altos não tornam o ambiente atrativo para o investidor. Muitos projetos ficam parados”, explica.
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Um segundo desafio apontado pelo gestor é a aversão ao setor do petróleo e do gás ante as discussões da transição energética. “Olhando como participante do mercado eu entendo que o Brasil precisaria aproveitar todas as oportunidades que possui. Se a gente não explorar o óleo do fundo do mar agora, depois não terá valor nenhum e o mundo ainda faz uso dele”, opina.
Humberto Machado Zica explica que alguns países, como a Guiana, têm registrado um crescimento significativo, em torno de 75% anuais, na produção de barris e explora o petróleo na margem equatorial, faixa litorânea entre o Rio Grande do Norte e o Oiapoque, no Amapá.
A exploração acontece a poucos quilômetros de onde a Petrobras tenta aval do Ibama para furar um poço para avaliar se há petróleo e se é viável comercialmente. “Nossos vizinhos estão explorando, gerando riquezas, impostos, empregos e trabalho e nós vendo tudo isso acontecer”, diz.
O terceiro desafio apontado pelo empresário é antigo e trata-se da concorrência chinesa. De acordo com ele, as siderúrgicas há algum tempo importam equipamentos chineses, travando forte concorrência. O setor siderúrgico é uma área em que atuam de forma significativa.
O quarto e último desafio apontado por Zica é a mão de obra. “Temos 50 vagas abertas de soldadores, caldeireiros, técnicos e até engenheiros que não conseguimos preencher. Chegamos a dar um treinamento gratuito em parceria com o Senai para formar mão de obra”, comenta.
Exportação é solução viável
Todos os desafios apresentados somados ao cenário econômico incerto no Brasil e nos Estados Unidos em função das eleições norte-americanas fazem a Delp apostar nas exportações num futuro próximo.
Para garantir continuidade de crescimento nos próximos anos, a empresa aposta no mercado externo. “Nossas exportações têm crescido e é o mercado que acreditamos que será nosso forte no futuro próximo. Temos feito algumas iniciativas fora do Brasil como no Suriname, na Guiana, Angola e Nigéria, para ampliar nossa atuação no exterior e queremos ampliá-la”, explicou Zica.
O empresário pontua que o mercado dos Estados Unidos como o grande foco onde mantém, inclusive, um escritório da empresa. “Vamos concorrer diretamente com a China que é nosso grande inimigo”, explicou.
Há três anos empresa atua do Porto Açu (RJ)
Para atender melhor os clientes do setor de gás e petróleo – setor mais relevante da empresa – a empresa inaugurou há três anos um escritório no Rio de Janeiro e uma filial no Porto do Açu, com área total de 36 mil metros quadrados para os clientes que estão em grande maioria no estado do Rio de Janeiro.
O local foi estrategicamente planejado para fabricação especializada de equipamentos para o setor de óleo e gás, podendo ser entregues direto nas embarcações e ainda, realizar a montagem final e testes de estruturas de grande porte, tanto dentro do galpão, quanto na área de finalização do cais.
“Temos planos de expansão na região, mas hoje suspendemos alguns investimentos diante da fraca demanda. Então, estamos esperando o mercado agir e clarear para a gente voltar a fazer os investimentos planejados”, concluiu.
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