Exportações em Minas recuam puxadas por minério e café

LEONARDO FRANCIA
Minas Gerais foi o terceiro maior estado exportador do Brasil no acumulado deste ano até novembro. No período, o Estado exportou US$ 21,807 bilhões em mercadorias, com participação de praticamente 10% do total nacional. Na comparação com as vendas externas nos mesmos meses de 2017 (US$ 23,380 bilhões), porém, houve uma redução de 6,7%. Os dados são do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic).
Ao mesmo tempo em que as exportações até novembro deste ano caíram em relação às do mesmo período de 2017, as importações aumentaram. Nessa comparação, as compras externas somaram US$ 8,410 bilhões sobre US$ 6,670 bilhões, um crescimento de 26% em 2018.
Nesse cenário de exportações diminuindo e importações aumentando, o saldo da balança comercial mineira ficou superavitário em US$ 13,396 bilhões entre janeiro e novembro, mas caiu 19,9% em relação ao resultado, também positivo, de US$ 16,710 bilhões de igual período de 2017.
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No caso das exportações, o principal motivo para a queda no rendimento foi o desempenho mais fraco, neste ano, das vendas externas do minério de ferro e do café, os dois produtos mais importantes da pauta de embarques estadual, com participação de 43%, juntos. Já o aumento das importações foi estimulado pela entrada de automóveis das unidades da Fiat Chrysler Automobiles (FCA) instaladas na América Latina.
As remessas de minério de ferro entre janeiro e novembro deste ano somaram US$ 6,630 bilhões, 17,9% menos que no mesmo intervalo de 2017. Em igual confronto, as vendas externas de café renderam US$ 2,760 bilhões, com uma queda de 11,1%, com base nas informações do Mdic.
Importações – No âmbito das compras junto ao mercado internacional, o produto mais adquirido pelo Estado no mercado externo foram os veículos, praticamente a totalidade pela FCA. Só os desembarques de automóveis de passageiros somaram US$ 642,2 milhões de janeiro a novembro, um salto de 520,7% em relação aos mesmos meses de 2017. Somados aos veículos de carga, a importação de automóveis representou 11,4% de tudo que Minas comprou no exterior em 2018.
A hulha betuminosa, que é o carvão mineral usado nos altos-fornos de usinas instaladas no território mineiro, foi o segundo produto mais comprado pelo Estado no exterior. Até novembro deste ano, a importação do item cresceu 2,5% e sua participação foi de 7,8% nos desembarques totais do intervalo.
A China é o país que mais vende e que mais compra mercadorias de Minas Gerais. Até novembro deste ano, o país asiático foi destino de 29% de tudo que o Estado exportou, a maior parte em minério de ferro e soja, e também foi a origem de 18% de tudo que Minas comprou.
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