Economia

Exportações mantêm saldo da balança comercial mineira em queda

Saldo positivo entre janeiro e abril deste ano representa uma queda de 5,3% na comparação com o ano passado
Exportações mantêm saldo da balança comercial mineira em queda
Foto: Fernando Donasci/Reuters

A balança comercial mineira registrou superávit de US$ 7,066 bilhões no acumulado dos quatro primeiros meses de 2023, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic). A diferença entre as exportações e importações do Estado no período estão 5,3% menores que os US$ 7,468 bilhões apurados no primeiro quadrimestre do ano passado. Ao todo foram US$ 402 milhões a menos de um exercício pro outro.

De janeiro a abril de 2023, o comércio exterior mineiro movimentou US$ 11,9 bilhões com a exportação de produtos, valor 2,4% menor que os US$ 12,2 registrados um ano antes. Com isso, o Estado teve cerca de 12% nas vendas brasileiras e ficou em terceiro lugar no ranking nacional.

Já as importações somaram US$ 4,9 bilhões neste exercício e US$ 4,8 bilhões em 2022. Houve aumento de 2%. Isso significou participação de 6,12% no total comprado pelo País e o quinto lugar na lista dos estados que mais importaram no período.

A corrente da balança comercial ficou em US$ 16,8 bilhões, queda de 1,2% frente o resultado dos mesmos meses de 2022. Naquela época, o valor foi de US$ 17 bilhões.

O consultor de negócios internacionais da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Alexandre Brito, ressalta que o resultado da balança comercial mineira foi puxado pela queda nas exportações. Segundo ele, as vendas externas seguem em baixa sobre o ano anterior, mas com possibilidade de reversão.

Assim, a expectativa é que o superávit da balança comercial do Estado encerre 2023 com desempenho entre -2% e 2% sobre o ano anterior. “Não será nada extraordinário. Mas imaginamos que deverá haver uma recuperação das exportações nos próximos meses, ao passo que as importações não deverão avançar tanto”, explica.

Produtos que se destacaram na balança comercial do Estado

Entre os produtos mais exportados, destaque para o minério de ferro, respondendo por 30% das exportações do Estado. Em seguida apareceu o café, com participação de 14%, soja, 10% e ferro gusa, com 9,7%.

Apenas o faturamento com os embarques de minério de ferro somou US$ 3,5 bilhões. Ou seja, queda de 3,8%. Cerca de 42 milhões de toneladas do insumo siderúrgico foram exportados. No ano passado foram 40 milhões de toneladas.

Já o café somou US$ 1,72 bilhão, 29% inferior ao registrado entre janeiro e abril de 2022. O volume embarcado foi de 459 mil toneladas. Na mesma época do ano passado foram 613 mil toneladas.

Neste caso, Brito enfatiza que o destaque negativo das exportações ficou por conta do café. E que o minério de ferro ainda enfrentava volatilidade até abril. Mas que, já a partir deste mês, o mercado do insumo siderúrgico deverá indicar os rumos para o restante do ano.

“Os elevados níveis de estoques justificam a retração do volume vendido de café. E no caso do minério, teremos agora as definições das grandes compras e preços”, diz.

Em relação às compras no mercado internacional, a maior participação foi da categoria de adubos e fertilizantes químicos. Ao valor de US$ 297 milhões, responderam por 6,1% das importações de Minas nos quatro primeiros meses de 2023.

Destaque também para veículos automotores para transportes de mercadorias, com US$ 198 milhões e 4,1% do total. Veículos automóveis de passageiros somaram US$ 191 milhões (3,9%).

Parceiros comerciais

No quadrimestre, em relação aos parceiros comerciais, a China permaneceu na liderança das exportações com participação de 38%. As cifras das vendas para o gigante asiático chegaram a US$ 4,5 bilhões. As exportações para a China aumentaram 7,6% em relação ao ano passado. 

O segundo maior parceiro foram os Estados Unidos, com US$ 1,084 bilhão, o que significa 9,1%. Depois apareceu a Argentina, com US$ 641 milhões, ou seja, 5,4% de participação.

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