Economia

Exportações de Minas Gerais para os Estados Unidos batem recorde no primeiro trimestre

No primeiro trimestre, embarques somaram US$ 1,1 bi, maior valor desde série histórica em 1997
Exportações de Minas Gerais para os Estados Unidos batem recorde no primeiro trimestre
Foto: Reprodução Adobe Stock

No primeiro trimestre deste ano, as exportações de Minas Gerais para os Estados Unidos somaram US$ 1,1 bilhão, o maior valor para o período em toda a série histórica do Comex Stat, com início em 1997. Ante igual intervalo de 2024, houve um crescimento de 8,8%.

Disparado o principal item da pauta, o café não torrado respondeu por 41,5% dos embarques. As vendas do produto totalizaram US$ 465,8 milhões, alta anual de 40%.

A analista de Negócios Internacionais do Centro Internacional de Negócios (CIN) da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Verônica Winter, ressalta que, desde o ano passado, o café tem encarecido devido a uma escassez na oferta mundial. Por consequência da valorização, o valor exportado do grão também aumentou.

Os materiais que figuraram no top três de exportações mineiras para os norte-americanos atrás do café não torrado foram ferro fundido (US$ 193,9 milhões) e outros produtos semimanufaturados de ferro ou aço (US$ 45,7 milhões).

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Assim como os embarques, as importações de Minas Gerais dos Estados Unidos, entre janeiro e março de 2025, também alcançaram o maior nível da história, ao somar US$ 552,6 milhões. O montante cresceu 17,9% na comparação com o mesmo intervalo do último ano.

Dados da plataforma da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Secex/Mdic) mostram que o principal item importado foram partes de turborreatores. As compras desses materiais totalizaram US$ 105,7 milhões, o que representa 19,1% do total.

Em virtude dos resultados históricos das exportações e importações, a corrente bilateral entre mineiros e norte-americanos também atingiu o maior patamar para os primeiros três meses de um ano, com US$ 1,7 bilhão. A cifra subiu 11,6% frente a igual período de 2024.

Indústria acredita em êxito em negociações para que ‘tarifaço’ dos EUA não afete resultados

Recentemente, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impôs taxas de 10% para as importações de produtos brasileiros em geral e 25% sobre aço, alumínio e autopeças. O “tarifaço” ligou um alerta para as empresas do Brasil que vendem ou compram do País.

Verônica Winter acredita que haverá êxito nas negociações entre o governo federal e o governo norte-americano para flexibilizar as taxas de alguns produtos – e até mesmo retirá-las –, fazendo com que a medida protecionista do republicano não afete os resultados do comércio exterior entre os países, bem como os de Minas Gerais.

“No primeiro mandato (do Trump, de 2017 a 2021) aconteceu isso (flexibilização). As empresas americanas pressionaram o governo para que implementasse cotas e acreditamos que agora ocorra algo similar, com pressão para que seja revisto e negociado da forma mais favorável para elas, que estão sendo impactadas com as tarifas do próprio governo”, diz.

Para a analista da Fiemg, se as tarifas forem mantidas como estão, a tendência é que o impacto seja sentido mais pelo setor de aço, com possibilidade de as empresas terem que encontrar novos destinos para escoar os produtos. O segmento automotivo não seria tão afetado, uma vez que os Estados Unidos não são os principais parceiros desse mercado. E o cafeeiro também não sofreria, já que o próprio setor disse que conseguiria administrar a produção.

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