Exportações para a China deverão ser diversificadas

Diversificação. Essa é uma das palavras-chaves que deverão pautar a relação entre Minas Gerais e China nos próximos anos. Grande exportador para o País asiático, o Estado tem potencial para muito mais, conforme pontua a diretora da Câmara Chinesa de Comércio do Brasil (CCCB), Mariana Bahia. Mais do que minério, diz ela, carnes, café, laticínios, entre outros, poderão ser melhores explorados nesse cenário.
Histórias bem-sucedidas de negócios para contar e números relacionados à comercialização para a China, Minas Gerais tem de sobra. Para se ter uma ideia, de acordo com os dados do Ministério da Economia, de janeiro a dezembro do ano passado, as exportações do Estado para a China somaram US$ 8,9 bilhões, de um total de aproximadamente US$ 24 bilhões. O segundo lugar, Estados Unidos, fica bem atrás, com US$ 1,9 bilhão.
“A China é o principal parceiro do Brasil desde 2009 e Minas Gerais é o principal exportador brasileiro dos produtos que mais vão para lá. Há uma confiança construída e a certeza de que haverá compras futuras. Existe uma tranquilidade em relação a isso”, diz Mariana Bahia. “Apesar dos valores das commodities terem caído, há um crescimento no volume”, afirma.
O quadro já é promissor, mas a diretora da CCCB avalia que ainda há mais o que fazer. O café, velho conhecido do País e de Minas Gerais, por exemplo, está sendo melhor descoberto pela China agora. E isso pode render bons frutos futuramente, segundo Mariana Bahia.
“Minas Gerais é um grande exportador de café. Se souber trabalhar esse mercado, fizer o marketing, conseguir mostrar para a China, será muito promissor, não só em relação ao café cru, mas também torrado”, diz ela.
Os laticínios, outros produtos tão típicos do Estado, também podem se tornar mais fortes nas vendas para o país asiático, assim como as carnes bovinas e as aves. “Hoje, essas carnes representam 2,6% da nossa exportação”, destaca ela, lembrando que a questão esbarra na falta de licença de frigoríficos e aviários para fazerem essas vendas para a China.
Mais um segmento importante que pode crescer mais é o de semifaturados, conforme pontua Mariana Bahia, que hoje representam menos de 3% das exportações.
Minério – Se, por um lado, há itens produzidos em terras mineiras ainda pouco demandados pela China, por outro, o minério de ferro, que corresponde a 32% da nossa exportação, continua em uma situação bastante satisfatória, independentemente do valor do produto.
A diretora da CCCB salienta que os preços não costumam interferir no maior ou no menor interesse do país asiático em relação ao produto e aos investimentos nele. “Mesmo se está em baixa, sempre há o interesse de investidores da China, que vão compensar de outras formas”, afirma ela.
Demanda – Se Minas Gerais ainda tem muito a mostrar para a China, estamos prontos para atender a uma grande demanda? Mariana Bahia lembra que, quando se fala de vender para o país, não quer dizer que se deve pensar nele como um todo em um primeiro momento.
“Quando a gente trabalha a China, não considera que vai necessariamente atender o país inteiro. Primeiramente, pode-se trabalhar certa região, certo público”, salienta ela.
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