Economia

Extrema pode receber primeiro data center e se firmar como polo tecnológico em Minas Gerais

Cidade do Sul do Estado compete com interior de São Paulo por uma empresa que projeta investir R$ 27 bilhões no Brasil
Extrema pode receber primeiro data center e se firmar como polo tecnológico em Minas Gerais
Além do datacenter, Extrema também estuda e negocia a implantação de outras quatro grandes empresas | Foto: Reprodução Youtube

Extrema, no Sul de Minas Gerais, negocia para receber o primeiro servidor de datacenter de grande porte da região. A cidade compete com interior de São Paulo por uma empresa que projeta investir R$ 27 bilhões no Brasil.

De acordo com o secretário de desenvolvimento da indústria e comércio de Extrema, Thiago Cardoso Pinto, representantes do negócio analisam terrenos de área entre 100 a 150 mil metros para iniciar as atividades. O projeto, segundo ele, está em fase de estudo de viabilidade e o próximo passo deve ser uma reunião com a Energisa para verificar a infraestrutura energética local.

Caso se concretize, o servidor de datacenter promete impulsionar Extrema, diversificando a economia local para além da logística. “Já somos reconhecidos nos setores industrial e de e-commerce e pretendemos nos tornar uma cidade voltada também para a tecnologia”, diz.

Dentre os diferenciais, a localização geográfica, no corredor de importação e próxima a municípios estratégicos como Campinas, Santos e São Paulo, é considerada atrativa para investidores. Somado a isso, o município intensifica diretrizes de isenção fiscal para fomentar novos investimentos. “A empresa que quiser se instalar, além do incentivo fiscal, também terá benefícios no Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU), ajustes do Imposto Sobre Serviços (ISS) e taxa de licenciamento”, destaca.

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Além do datacenter, o secretário revela que Extrema também estuda e negocia a implantação de outras quatro grandes empresas, todas com faturamento que ultrapassam R$ 1 bilhão. Os negócios estão nos segmentos de máquinas pesadas, indústria e comércio e material eletrônico. “Além de vantajoso para o Estado, pode ser uma grande oportunidade para o município. Apenas essas empresas podem gerar 1,5 mil postos de trabalho”, completa Cardoso Pinto.

Vocação para o e-commerce deve continuar

De acordo com o secretário, quase metade (48%) dos armazéns de e-commerce de Minas Gerais está localizada em Extrema, reforçando a relevância do segmento na cidade. Atualmente, o município conta com 16 condomínios logísticos, em um espaço que soma 1,5 milhão de metros quadrados. “Hoje o município está mais saturado, mas ainda existem grandes terrenos disponíveis, especialmente em áreas mistas”, acrescenta.

Empresas de peso operam na cidade, como a ID Logística, com 13 plantas instaladas, a DHL e o Mercado Livre – principal operador logístico da região. A presença dessas gigantes tem efeito direto na economia local, fomentando mais de 5,2 mil vagas de emprego – 75% delas efetivamente preenchidas.

A movimentação econômica também tem impacto direto na demografia. Nos últimos anos, a população saltou de 32 mil para 53 mil habitantes. Além disso, dados internos apontam que o município já atende mais de 70 mil pessoas, considerando a força de trabalho flutuante e a intensa movimentação regional. “O que vem puxando esses resultados é o setor logístico. O mercado segue muito aquecido com alta procura por empresas, especialmente em razão dos diferenciais tributários”, conclui.

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