Fabricantes de autopeças em MG mantêm produção normal

A diminuição do ritmo de produção de algumas das principais montadoras de veículos instaladas no Brasil não impactará de forma significativa a indústria de autopeças mineira. Isso porque a maior parte da fabricação é vendida para as montadoras localizadas no próprio Estado. A informação é do diretor regional do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças) em Minas Gerais, Fábio Sacioto.
Segundo ele, cerca de 80% da produção mineira de autopeças fica em Minas Gerais, enquanto 20% são negociadas com outras unidades da Federação. O principal cliente trata-se da fábrica de Betim da Stellantis, dona das marcas Fiat, Jeep, Peugeot, Citroën. A companhia foi uma das montadoras de veículos que anunciaram a paralisação de parte das atividades, sendo a interrupção determinada somente para a planta de Goiana, em Pernambuco.
“A incidência e a dependência de outros mercados para a indústria mineira de autopeças é pequena. As empresas exportam e vendem para outros estados, inclusive para a fábrica de Pernambuco. Então, com a paralisação tem uma queda no faturamento, mas não impacta o ritmo produtivo ou os postos de trabalho”, ressalta.
“Em comparação aos outros estados, a indústria mineira de autopeças está em uma situação privilegiada pelo fato de a montadora (Stellantis) ter anunciado que vai manter normalmente as atividades em Minas”, complementa.
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Ainda de acordo com o dirigente, neste momento não existe nenhum movimento de redução no ritmo da fabricação de autopeças no Estado. A assessoria do Sindicato dos Metalúrgicos de Betim e Região também afirma que não há registro de paralisação.
Entenda a situação
Nesta segunda-feira (20), a Stellantis anunciou que vai conceder férias coletivas na unidade instalada no nordeste brasileiro. A multinacional vai liberar os funcionários de um dos três turnos da fábrica, a partir de quarta-feira (22). O retorno dos colaboradores está programado para o dia 10 de abril, porém no próximo dia 27, os demais turnos também serão interrompidos com a volta prevista para 6 de abril.
Em nota, o grupo franco-ítalo-americano ressaltou que as demais plantas da empresa continuarão produzindo normalmente. E justificou que a medida se deve à necessidade de ajustar o volume de produção à disponibilidade de componentes.
Outras três montadoras além da Stellantis, comunicaram que vão reduzir a fabricação de veículos no Brasil. A Volkswagen informou que suspenderá todas as atividades na planta de Taubaté, em São Paulo, dando férias de 10 dias para cerca de 2 mil colaboradores, com início no dia 27 deste mês. A ação da fabricante alemã foi realizada com o objetivo de manter a linha de produção e em razão da instabilidade na cadeia de fornecimento de componentes.
A General Motors (GM) vai paralisar cerca de 80% da montagem na unidade de São José dos Campos, no estado paulista. A companhia concederá férias coletivas para aproximadamente 3 mil funcionários entre a próxima segunda-feira e 13 de abril. Apesar de não ter emitido comunicado oficial, a montadora também estaria alegando necessidade de readequar a produção, devido à queda nas vendas e à desaceleração da economia.
Já a Hyundai deu férias para cerca de 2 mil colaboradores da fábrica de Piracicaba, também em São Paulo, de ontem até 2 de abril. A empresa sul-coreana alegou o mesmo motivo e afirmou que a decisão visa adequar os volumes de produção para este mês, evitar estoque e acompanhar a dinâmica do mercado interno de veículos para o primeiro trimestre.
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