Economia

Fabricantes de calçados de MG estão otimistas

Além das vendas no mercado interno, exportações estão impulsionando os negócios do setor no Estado
Fabricantes de calçados de MG estão otimistas
Indústria de calçados em Minas recontratou parte dos trabalhadores demitidos na pandemia | Crédito: Alisson J. Silva/Arquivo DC

Apesar do cenário de incerteza política e elevação dos preços dos insumos, a indústria de calçados de Minas Gerais está otimista para o desempenho do segundo semestre de 2022. A reconquista do mercado externo e os bons números na primeira metade do ano são algumas das motivações.

“Estamos otimistas. O cenário político dá uma certa incerteza, gera uma certa insegurança e acho que isso não é bom pra ninguém, independente de quem ganhe. Mas a expectativa é boa”, afirmou o presidente do Sindicato da Indústria de Calçados do Estado de Minas Gerais (Sindicalçados-MG), Luiz Barcelos.

Uma das explicações para o otimismo do setor está no aumento das exportações. Conforme dados da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), os embarques mineiros em julho somaram 970,7 mil pares e US$ 7,52 milhões em receita, incrementos de 12% e 81%, respectivamente, ante o mesmo mês de 2021. 

Ainda segundo dados da Abicalçados, Minas Gerais ficou em quarto lugar no ranking de exportadores brasileiros no acumulado de janeiro a julho de 2022, perdendo apenas para Rio Grande do Sul (1º), Ceará (2º) e São Paulo (3º). As exportações do Estado somaram 8,15 milhões de pares e US$ 50 milhões, altas de 39% em volume e de 85,3% em receita na relação com o mesmo intervalo do ano passado.

Segundo Barcelos, “as indústrias do setor de calçados voltadas para a produção de exportações voltaram com tudo. Elas estão um pouco mais estruturadas, com cadeias de vendas, franquias, representantes, canais mais bem desenvolvidos e conseguiram uma retomada”. De acordo com ele, a dificuldade enfrentada pela China nos últimos meses também impulsionou os negócios, visto que os países voltaram a “enxergar” o Brasil como possível exportador. 

O presidente do sindicato revelou também que as vendas da indústria para 2022 já estão quase finalizadas, restam apenas um projeto de vendas para o Natal. “Atingimos todos os objetivos de 2022 e chegamos a superar alguns objetivos. Estou sentindo que o mercado está mais receoso, mas otimista”, afirmou. 

Recontratação

No que diz respeito a contratações de mão de obra, Barcelos afirma que o setor não precisou realizar a contratação de temporários, mas “recontratamos muitas pessoas que haviam sido demitidas na pandemia”.

Segundo levantamento da Abicalçados, o setor criou cerca de 27,5 mil vagas de trabalho no primeiro semestre do ano, encerrando junho com 293,75 mil pessoas empregadas diretamente na atividade, 46 mil a mais do que no mesmo mês do ano passado.

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