Economia

Faturamento da indústria cresce em MG

Faturamento da indústria cresce em MG
O desabastecimento de peças e insumos vem prejudicando parte da indústria mineira, como as montadoras de veículos | Crédito: Leo Lara

O aumento do preço das commodities no mercado internacional e a alta do dólar, que incentiva a produção da indústria de transformação mineira, impulsionaram mais um aumento do faturamento do setor industrial no Estado.

A constatação foi feita pela Pesquisa Indicadores Industriais (Index), divulgada ontem pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). Em relação a abril, o faturamento geral da indústria mineira cresceu 2,3% em maio. Se comparado com o mesmo período de 2020, a expansão chegou a 35,3%.

“Estamos muito próximos de recuperar o patamar que a indústria tinha atingido durante o período pré-pandemia. No acumulado do ano, temos resultados majoritariamente positivos“, afirmou a analista de estudos econômicos da Fiemg, Júlia Silper. Ela credita o sucesso a dois segmentos da indústria mineira: o extrativo e o de transformação.

A especialista explicou que o avanço do preço de commodities como o minério de ferro, cujo preço tem batido recordes no mercado internacional, beneficia o crescimento dos lucros das indústrias extrativas. Já as indústrias de transformação, responsáveis pela produção de equipamentos e máquinas, têm acumulado lucros em função da valorização do dólar frente ao real.

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“As indústrias de transformação são beneficiadas na medida em que a alta do dólar incentiva as exportações e promove um processo de substituição de importações de determinados bens por outros produzidos aqui no Estado, o que também aumenta o faturamento desse segmento”, argumentou Júlia Silper.

A pesquisa, no entanto, não revelou quais segmentos dos dois tipos de indústria estão tendo maior peso no aquecimento dos lucros no Estado.

Ouça a análise da analista de estudos econômicos da Fiemg, Julia Silper

Capacidade instalada – Outro índice que revela o bom desempenho da indústria mineira é a estabilidade do índice de utilização da capacidade instalada. Embora tenha caído um pouco de abril quando chegou a 83,4%, passando para 82,7% em maio, a tendência é de estabilização. “É normal que esse índice varie de uma indústria para outra, em alguns meses, mas as variações têm sido pequenas, o que demonstra a tendência de crescimento”, avaliou.

Embora a contratação de mão de obra e número de horas trabalhadas pelos trabalhadores do setor tenha se mantido estável; de olho na retomada da economia mundial, o segmento industrial mineiro tem se mantido otimista.

“Nos próximos meses, a indústria mineira deve seguir com seu processo de retomada. O aquecimento da economia global deve fomentar, especialmente, os setores industriais exportadores, principalmente aqueles relacionados ao ciclo de commodities”, afirmou.

Incerteza – Apesar do otimismo gerado pelo aumento do faturamento, para Júlia Silper, ainda é preciso ter cuidado. Para a analista da Fiemg, embora a economia mundial esteja em ascensão, acumulando bons resultados como acontece na China, atualmente, a economia brasileira ainda vive em clima de incerteza.

“Os altos índices de desemprego, a crise hídrica e o desabastecimento de peças e insumos em alguns setores da indústria, como o automobilístico, por exemplo, causam preocupação e devem ser observados pelos empresários do setor”, afirmou .

Em função dessa instabilidade, a Fiemg vem aconselhando seus associados a buscarem alternativas para economizar energia, evitando o custo de produção, e ficarem atentos às particularidades da economia nacional. 

“Embora estejamos otimistas com a continuidade do crescimento da indústria mineira, estes problemas são vistos como pontos de atenção que podem frear um pouco a expectativa de crescimento”, afirmou.

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