Economia

Faturamento da indústria de Minas Gerais volta a subir

O crescimento em abril foi de 5,4% em relação ao mês anterior, conforme aponta levantamento da Fiemg
Atualizado em 6 de junho de 2025 • 19:17
Faturamento da indústria de Minas Gerais volta a subir
Foto: Reprodução/Adobe Stock

O faturamento da indústria geral – composta pela indústria de transformação e extrativa – voltou a subir em Minas Gerais e cresceu 5,4% em abril em relação ao mês anterior, após registrar queda em março. Já na comparação ano a ano, o setor apresentou queda de 3,3% no período. Os dados são da Pesquisa Indicadores Industriais (Index), da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg). O setor industrial do Estado apresenta alta acumulada de 1,6% no faturamento durante o ano.

O resultado do Index é proveniente do crescimento de 4,5% no segmento de extração mineral e de 4,9% no segmento de transformação, em abril, em relação ao mês anterior, além da retração de 12,5% e de 2,3% no faturamento dos dois segmentos industriais, respectivamente, na comparação anual.

As horas trabalhadas na produção da indústria geral apresentaram estabilidade no mês. A utilização da capacidade instalada apresentou pequena evolução de 0,9 ponto percentual, passando de 80,5%, em março, para 81,4% em abril.

Sobre os indicadores referentes ao mercado de trabalho da indústria em Minas Gerais, o Index aponta que o emprego se manteve estável em abril na variação mensal e cresceu 2,3% em relação a abril do ano passado. A massa salarial subiu 3,2% em abril, em relação ao mês anterior, e o aumento foi de 1,6% na comparação ano a ano, após concentração de pagamentos de participação nos lucros e resultados.

O resultado contribuiu para a alta de 3,7% do rendimento médio real no mês em relação a março. Apesar da alta na variação mensal, o rendimento médio real do trabalhador industrial retraiu 0,6% em comparação ao mesmo período do ano anterior.

Nos últimos 12 meses, o setor industrial em Minas Gerais apresentou resultados moderadamente positivos. No período, o faturamento acumulou alta de 3%, fruto dos crescimentos acumulados de 4,2% no faturamento da indústria extrativa mineral e de 2,9% no faturamento da indústria de transformação.

Já as horas trabalhadas na produção industrial tiveram alta de 2,3% nos últimos 12 meses. O emprego na indústria avançou 2% no período, enquanto a massa salarial subiu 0,9%. Porém, o rendimento médio real dos trabalhadores da indústria mineira caiu 1,2%, resultado das quedas de 6,3% na renda média no segmento extrativo e de 0,6% no segmento de transformação.

Perspectiva da indústria de Minas é de crescimento moderado

A economista da Fiemg Daniela Muniz afirma que o resultado positivo no faturamento industrial em Minas foi impulsionado pelo aumento dos pedidos tanto na indústria extrativa, quanto na indústria de transformação, e sinaliza uma recuperação em relação ao mês anterior. “Isso é um indício do que a gente já imaginava. A demanda doméstica tem se mantido bastante resiliente”, declara.

Ela destaca que o nível de emprego na indústria mineira ficou estável na variação mensal pelo segundo mês consecutivo, após uma sequência de três meses de alta, o que indica que o crescimento do faturamento foi acomodado sem necessidade de ampliação imediata da força de trabalho e jornada laboral. O resultado pode ter sido via mais produtividade, mas indica também a possibilidade das indústrias se desfazerem dos estoques acumulados.

“Têm muitas indústrias que vão produzindo ao longo do ano e chega em um mês que elas vendem, faturam esse pedido”, explica Daniela Muniz. “Esse aumento que teve no faturamento, como vimos que tanto o emprego quanto as horas trabalhadas ficaram estáveis, provavelmente já estava sendo produzido o que foi vendido, ou então a empresa vendeu algum estoque acumulado nos últimos meses”, completa.

A perspectiva, segundo a economista da Fiemg, é de uma moderação no crescimento da indústria de Minas Gerais, em virtude da já esperada desaceleração econômica no País, gerada pela política monetária contracionista do Banco Central (BC), além do menor espaço fiscal do governo federal para realizar estímulos à demanda nacional. Ela aponta que os efeitos da desaceleração da economia no setor industrial deverão ser mais visíveis no segundo semestre.

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