Economia

Faturamento da indústria mineira apresenta retração

Indicadores do setor ficaram negativos em outubro na comparação com o mês anterior, aponta a Fiemg
Faturamento da indústria mineira apresenta retração
Horas trabalhadas no setor industrial tiveram queda de 0,2% | Crédito: Divulgação/Cenibra

A indústria mineira apresentou desempenho negativo em todos os índices de atividade do setor em outubro na comparação com o mês anterior. É o que mostra a Pesquisa Indicadores Industriais (Index), realizada pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) e publicada ontem. De acordo com o levantamento, o faturamento da indústria geral (transformação e extrativa) caiu 1,9% no período.

O recuo na receita da indústria foi puxado pelo segmento de transformação, que registrou queda de 1,7% em outubro na comparação com o mês imediatamente anterior. 

Outros indicadores que também registraram queda, na comparação com setembro, foram as horas trabalhadas na produção (-0,2%), puxada pela indústria extrativa; os indicadores referentes ao mercado de trabalho, massa salarial (-0,7%) e rendimento médio real (-1,6). 

Já a utilização da capacidade instalada ficou abaixo do resultado obtido no mês anterior, passando de 81,7% para 80,6%, e também da média histórica (82,7%). 

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O único a obter resultados positivos em outubro foi o emprego (0,9%), essa é a segunda maior elevação registrada neste mês desde o início da série histórica, em 2003, causado pela expansão no segmento de transformação.

Acumulado 

Apesar dos resultados negativos no mês, a economista da Fiemg, Júlia Silper, destaca o efeito positivo dos benefícios sociais, estímulos fiscais – como a redução do IPI, liberação de recursos do FGTS e diminuição de determinadas alíquotas de ICMS – e da boa fase no mercado de trabalho, que aumentam a renda das famílias, nos resultados obtidos pela indústria mineira no acumulado deste ano. 

Os indicadores são positivos no acumulado dos dez primeiros, mesmo com o revés do mês de outubro: o faturamento real da indústria registrou um aumento de 3,8%, neste ano; a massa salarial subiu 2,2%; o rendimento real cresceu 1,5%; as horas trabalhadas na produção elevou 1,3%; e o emprego 0,6%. A utilização da capacidade instalada foi de 83,2% durante o período.

Na comparação com outubro de 2021, os indicadores apresentaram resultados positivos, impulsionados pela indústria de transformação: faturamento real (15,4%); massa salarial (3,3%); rendimento médio (2,3%); emprego (0,9%); e horas trabalhadas (0,8%). 

Já no acumulado dos últimos 12 meses, os destaques foram o faturamento da indústria (3,9%); horas trabalhadas na produção (1,6%); emprego (1,4%); massa salarial real (1,1%). O rendimento médio real (-0,5%) foi o único a registrar queda durante esse intervalo.

Taxa de juros

Júlia Silper também fala sobre o impacto negativo da alta taxa de juros em alguns setores que dependem de crédito, como é o caso dos setores automotivo e da construção civil. Outro fator que pode prejudicar a indústria em Minas Gerais é a desaceleração econômica sofrida por países como a China, que é um grande comprador de minério, podem comprometer as expectativas de crescimento de setores exportadores, como a indústria extrativa mineral. 

Quanto às tradicionais férias coletivas de final de ano, a economista explica que esses fatores não influenciam nos resultados da pesquisa sobre a atividade industrial no estado, afinal, eles já são previamente eliminados.

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