Faturamento da indústria mineira registra queda de 1,3%, diz a Fiemg

O faturamento da indústria geral (indústria de transformação mais indústria extrativa) caiu 1,3% em outubro em Minas Gerais. A queda em relação a setembro se deve ao desempenho negativo do segmento extrativo mineral (-7,9%), que reduziu suas exportações, uma vez que o setor de transformação fechou em alta de 0,9%.
Os dados são da Pesquisa Indicadores Industriais de Minas Gerais (Index), divulgada na terça-feira (7) pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg).
Entre os indicadores que apresentaram recuo está o de horas trabalhadas na produção, com queda de 0,7% em outubro. A utilização da capacidade instalada atingiu 81,8% no período, diminuição de 0,6 ponto percentual em relação a setembro (82,4%). Este índice está abaixo da média histórica de 82,7% do setor industrial em Minas.
Entre os motivos está o fato de diversas empresas estarem readequando seus níveis de produção em virtude da escassez de insumos e matérias-primas.
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Para a analista de estudos econômicos da Fiemg, Júlia Silper, um dos setores mais prejudicados pela falta de insumos é o automotivo. ‘’Não há semicondutores, chips, componentes eletrônicos, e isso afeta todas as montadoras, brasileiras e de outros países. Quando esses equipamentos chegam aqui, vêm com custo elevado, o que afeta todo o setor produtivo’’.
Com relação aos indicadores do mercado de trabalho, o emprego manteve-se estável em outubro. Por sua vez, a massa salarial (+2,2%) e o rendimento médio real (+1,9%) avançaram na comparação com setembro.
Levando-se em consideração os últimos 12 meses, os indicadores da indústria seguem positivos: faturamento real (+20,5%), horas trabalhadas (+8,3%), emprego (+3,8%). Júlia Silper explica, porém, que “algumas variações percentuais são elevadas porque o comparativo é com 2020, que foi um ano muito ruim para a indústria’’.
Trajetória
A pesquisa Index aponta que, desde o terceiro trimestre, houve um recuo da atividade industrial. No cenário interno, contribuiu a piora dos indicadores, com aumento da inflação e a elevação dos juros. E, no cenário externo, o surgimento de variantes do coronavírus e a desaceleração da economia global, principalmente na China.
“Nós somos exportadores de minério de ferro e houve uma queda na demanda. Infelizmente há ainda uma tendência que os gargalos na oferta de insumos continuem no ano que vem, prejudicando o setor automotivo e outras cadeias produtivas”, afirmou.
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