Economia

Faturamento das indústrias de Minas cai pela 3ª vez em 2022

Indicadores de produção registraram queda em abril ante março, incluindo o uso de capacidade instalada
Faturamento das indústrias de Minas cai pela 3ª vez em 2022
Crédito: Photocreo Bednarek - stock.adobe

O faturamento da indústria mineira diminuiu 3,3% em abril na comparação com março e acumula baixa de 0,6% em 2022. O desempenho mensal foi puxado pela indústria da transformação. Por outro lado, em relação ao mesmo período do ano anterior, o resultado ficou positivo em 4,1% e, nos últimos 12 meses, em 6,2%, desta vez, impulsionado pelo setor extrativo mineral. 

Os dados são da Pesquisa Indicadores Industriais (Index) da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) e indicam o menor ritmo da atividade e reflexos nos demais índices avaliados. Horas trabalhadas, utilização da capacidade instalada e indicadores referentes ao mercado de trabalho apresentaram quedas em pelo menos uma das bases de comparação.

“Na comparação com o mês anterior, foi a terceira queda do ano. O nível de utilização da capacidade instalada também caiu, neste caso, 1,4 ponto percentual”, cita a analista de estudos econômicos da entidade, Júlia Silper.

Conforme o levantamento, ante abril de 2021, o indicador mostrou elevação de 4,1%, explicada pela expansão nas indústrias extrativa (2%) e de transformação (4,5%). No primeiro quadrimestre, o índice geral caiu 0,6%, em decorrência da redução de 6,8% na indústria extrativa. Já nos últimos 12 meses, o indicador aumentou 6,2%.

No mês, as horas trabalhadas na produção decresceram 4,1% sobre março e registraram a segunda queda mais intensa para abril desde o início da série histórica, em 2003. Segundo a analista, a retração pode ser explicada pela redução do emprego e, especialmente, pela maior realização de horas extras no mês anterior. Já os pagamentos de participação nos lucros e resultados no mês anterior explicam o recuo na massa salarial (4,4%).

De maneira detalhada, o emprego retraiu 0,8%, tanto em relação a março quanto na comparação com abril de 2021. As quedas foram justificadas pelas reduções nos dois segmentos da indústria. No acumulado do ano, cresceu 1,6%. Nos últimos 12 meses, avançou 4,9%.

As horas trabalhadas da indústria geral cresceram 0,8% sobre o mesmo mês de 2021. De janeiro a abril, o índice aumentou 2,1% e, nos últimos 12 meses, apresentou avanço de 5,5%. A massa salarial diminuiu frente a março e abril do ano passado. No primeiro quadrimestre do ano, o índice praticamente não variou e, nos últimos 12 meses, registrou aumento de 0,3%.

O rendimento médio da indústria caiu 4% em abril frente a março. Sobre abril do ano anterior, o indicador geral recuou 4,6%. No acumulado dos quatro primeiros meses de 2022, o índice mostrou queda de 1,7% e, nos últimos 12 meses, de 4,4%.

Já a utilização da capacidade instalada da indústria marcou 83,6% em abril, queda de 1,4 ponto percentual frente a março, quando estava em 85%. Apesar do recuo, Júlia Silper pondera que o índice ficou 0,9  ponto acima da sua média histórica, de 82,7%.

Cenário desafiador para a indústria

Os próximos meses serão desafiadores, define a analista. De acordo com ela, por um lado, a indústria deve seguir convivendo com as restrições à produção devido à escassez e ao encarecimento de insumos e matérias-primas. Por outro, estímulos econômicos recentes, como a redução do IPI, a liberação do FGTS e o adiantamento do 13º salário para aposentados e pensionistas, podem fomentar o consumo. 

“Além disso, a valorização das commodities continua favorecendo setores exportadores de grande importância para a indústria mineira. Este é o caso do setor extrativo mineral”, diz. Ela lembra, por fim, que são grandes também as expectativas e incertezas quanto ao período eleitoral.

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