Economia

Faturamento das PMEs do Sudeste cresce 3,7% em 2024

O avanço do setor em âmbito nacional foi de 4,5% em relação ao ano de 2023
Faturamento das PMEs do Sudeste cresce 3,7% em 2024
Foto: Reprodução Adobe Stock

O Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs) indica que o faturamento das pequenas e médias empresas (PMEs) da região Sudeste apresentou alta de 3,7% em 2024. Já o avanço do setor em nível nacional foi de 4,5% ante 2023. No quarto trimestre, o índice mostrou elevação de 3,3% frente ao mesmo período do ano anterior.

Além da região Sudeste, o levantamento indica que o crescimento do mercado foi impulsionado, principalmente, pelo bom desempenho nas regiões Sul (8,4%) e Nordeste (8,3%). As PMEs da região Centro-Oeste (0,1%) ficaram estagnadas, e as do Norte (-10,4%) retraíram.

Os dados apontam performance superior ao Produto Interno Bruto (PIB) geral do País no último ano. Segundo o Boletim Focus do BCB, a mediana das perspectivas de mercado para o PIB de 2024 (cujo fechamento oficial ocorrerá em março/25) se encontra no patamar de 3,5%.

O desempenho do mercado nacional, conforme o economista e gerente de Indicadores e Estudos Econômicos da Omie, Felipe Beraldi, foi condicionada pela ampliação da demanda doméstica e indica perda de fôlego do segmento, especialmente nos setores de Indústria e Serviços.

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“Nos últimos anos, houve forte avanço da renda real disponível às famílias, em um contexto de expansão fiscal com programas de transferência de renda e pagamento de precatórios. Também devem ser levados em conta a sustentação do mercado de trabalho aquecido, o desemprego próximo ao reduzido patamar histórico de 6% da última década e rendimentos reais em ascensão e já mais elevados frente ao período pré-pandemia”, explica.

O principal contribuinte para a melhora do mercado de PMEs em 2024 foi o Comércio, com avanço de 8,1% ante ao ano anterior. O economista lembra que as empresas desse setor engataram trajetória de recuperação a partir do segundo trimestre do ano anterior, após um 2023 bastante desafiador, refletindo o contexto de avanço do consumo no País. Em 2024, os resultados foram positivos para o atacado (9% YoY) e para o varejo (6,4% YoY), com destaque para Alimentos, Bebidas e Produtos de higiene, limpeza e conservação domiciliar.

Já no varejo, os sinais de recuperação se manifestaram mais consistentes para as PMEs no segundo semestre de 2024, evidenciados pela manutenção de alta do Comércio ao longo dos últimos seis meses. Entre as atividades com melhor performance, estão Equipamentos para escritório, Produtos alimentícios, Produtos farmacêuticos com manipulação de fórmulas e Materiais hidráulicos e elétricos.

Outro setor do mercado de pequenas e médias empresas que voltou expandir no ano anterior foi Serviços, com incremento de 2,5%, mesmo com a desaceleração dos últimos meses do ano (+1,2% no 4T2024). “A alta também impactou o mercado de trabalho, com a maior parte do aumento no saldo de trabalhadores formais concentrado em atividades do setor de Serviços ao longo de 2024”, reforça o economista. Destacam-se ‘Atividades financeiras e de seguros’, ‘Transporte e armazenagem’, ‘Saúde humana e serviços sociais’ e ‘Informação e comunicação’.

As PMEs industriais desaceleraram no segundo semestre, com retração de 1,5% YoY no 4T2024. Ainda assim, o setor encerrou 2024 com faturamento 2,2% maior em comparação a 2023, segundo o IODE-PMEs.

Neste contexto, o avanço do setor foi menos disseminado entre as diferentes atividades da indústria nos últimos meses. Dos 23 subsetores acompanhados pelo índice, apenas 11 manifestaram elevação no quarto trimestre de 2024 na comparação anual. São elas: Impressão e reprodução de gravações, Equipamentos de transporte, Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos e Máquinas, aparelhos e materiais elétricos.

E as pequenas e médias empresas de Infraestrutura encerraram o último ano com elevação de 0,8% ante 2023.  Após um primeiro semestre de quedas, a área voltou a apresentar expansão a partir de agosto.

Em 2025, ritmo moderado entre as PMEs

As perspectivas, com base no IODE-PMEs, indicam crescimento de 2,4% em 2025, após avanço médio de 6,9% ao ano no biênio 2023-24. Segundo o economista, apesar dos desafios macroeconômicos e do aumento das incertezas na economia doméstica, há elementos que devem sustentar a continuidade da evolução da economia brasileira neste ano, mesmo que com alguma desaceleração.

De modo geral, essa continuidade está apoiada em um contexto de sustentação da renda das famílias – desemprego no reduzido patamar de 6,1% e com ausência de sinais claros de reversão. Tal contexto tende, então, a favorecer alguns segmentos do mercado mais sensíveis à renda, como Serviços e alguns segmentos do Varejo (produtos alimentícios, artigos de higiene, produtos farmacêuticos, etc.).

Por outro lado, as elevadas expectativas de inflação no País e o aumento da taxa básica de juros pelo Banco Central nos últimos meses devem restringir o ímpeto do consumo e dos investimentos, com reflexos sobre as PMEs, sobretudo a partir do segundo trimestre deste ano.

Com isso, haverá, em 2025, desafios para o desempenho de segmentos mais dependentes da evolução do crédito, como atividades industriais, comerciais e na construção civil.

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