Economia

Faturamento de bens de capital cresce 3,5% no Estado

Faturamento de bens de capital cresce 3,5% no Estado
As peças da nova fábrica da Klabin, em Ortigueira, nos Campos Gerais do Paraná, começam a chegar pelo Porto de Paranaguá. Foto: Appa

Assim como o setor de bens de capital nacional, a atividade em Minas Gerais registrou avanço no faturamento de julho sobre a mesma época de 2017. De acordo com a Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), no País, a alta da receita líquida de julho foi de 10,6%, enquanto no Estado chegou a 3,5% sempre em relação a igual período do ano anterior.

No entanto, segundo a entidade, em ambos os casos, o desempenho foi puxado pelas exportações e, quando considerado o consumo aparente – que exclui as vendas para o mercado internacional –, os equipamentos importados tiveram maior participação do que os fabricados no próprio Brasil.

“Os investimentos em máquinas e equipamentos já acumulam alta de 10,5% em 2018, alavancados tanto pelas máquinas produzidas localmente como pelas importadas. Porém, apesar do aumento da aquisição de equipamentos nacionais nos últimos meses, as importações ainda ocupam a maior parte do consumo do País, algo em torno de 60%”, revelou o presidente-executivo da Abimaq, José Velloso.

De maneira complementar, o vice-presidente regional da entidade em Minas Gerais, Marcelo Veneroso, destacou que a importação vem ocupando espaço cada vez maior na balança comercial. Para o dirigente, a indústria de bens de capital se mostra competitiva para exportar, mas não para vender no mercado interno.

O conteúdo continua após o "Você pode gostar".


“Este fenômeno pode estar indicando uma falta de isonomia entre os produtos importados e os nacionais. Temos tido um resultado pequeno e muito aquém em relação ao nosso potencial. Uma das causas é a dificuldade dos investidores em cumprir o excesso de obrigações legais e normas que acabam por deixá-los desestimulados, fato marcante especialmente em Minas Gerais”, explicou.

Alinhado a isso vem o fato de que as exportações estão sendo favorecidas pela variação cambial. Tanto que o setor, no Brasil, prevê terminar o ano com exportações superiores a US$ 10 bilhões, o que a aproximaria do recorde de embarques alcançado pelo setor há seis anos. Em 2012, melhor ano nas vendas externas, as exportações chegaram a US$ 11 bilhões, considerando os produtos que fazem parte hoje das estatísticas da Abimaq. Nos sete primeiros meses do ano, os embarques chegaram a US$ 5,5 bilhões.

Em Minas, as exportações aumentaram 8% em relação a junho deste ano e 1,6% se comparado ao mesmo mês de 2017. Com isso, o nível de utilização da capacidade instalada aumentou 1,8% em relação ao mês anterior e 2,7% sobre o ano passado.

Leia também:

Setor apura R$ 6,79 bi no País, alta de 10,6%

Embarques devem chegar a máxima histórica

Projeções – Dessa maneira, tanto a entidade nacional quanto a estadual mantêm as projeções de desempenho para o acumulado deste exercício. Enquanto o faturamento médio das fábricas de máquinas e equipamentos no Brasil deverá aumentar em 7% em relação ao ano anterior, em Minas o avanço poderá chegar a 10% no mesmo tipo de comparação.

De toda forma, Veneroso destacou que o desempenho de agosto será decisivo para a confirmação do desempenho. “Depois de maio, quando tivemos os impactos da greve dos caminhoneiros, tivemos bons números em junho e julho. Agora precisaremos ver os de agosto para confirmar ou não as projeções. Ainda assim, é preciso lembrar que, caso se confirme, será um crescimento de 10% sobre um recuo acumulado de 70%”, recordou.

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas