Economia

Faturamento do setor ceramista em Minas recua entre 15% e 20%

Balanço do primeiro semestre de 2023 é do Sindicer-MG frente a 2022
Faturamento do setor ceramista em Minas recua entre 15% e 20%
Indústria de cerâmica no Estado tem cerca de 800 empresas; a maioria (95%) é de micro e pequenas empresas, segundo entidade | Crédito: Arquivo Diário do Comércio

A cautela, fruto da mudança de governo no País, e os juros altos foram alguns dos motivos que fizeram o faturamento da indústria de cerâmica no Estado apresentar recuo no primeiro semestre de 2023 frente a igual período do ano passado, segundo o presidente do Sindicato da Indústria da Cerâmica para Construção e Olaria do Estado de Minas Gerais (Sindicer-MG), Ralph Perrupato. Ele estima que a queda tenha variado de 15% a 20%.

E o começo do segundo semestre, que tradicionalmente representa 60% dos negócios, não está animador, conforme o dirigente. “Até o momento, julho, que costumava ser um dos melhores meses do ano para o setor, está mantendo o ritmo fraco dos seis primeiros meses deste ano”, observa.

Diante deste cenário, a perspectiva é voltar a fechar o ano no vermelho, com recuo no faturamento na mesma intensidade verificada no primeiro semestre. Em 2022 frente 2021, a atividade teve queda, só que menos intensa, de acordo com Perrupato. “Naquele ano, a queda foi de, no máximo, 5%”, diz.

Ele conta que durante a pandemia, quando as pessoas tinham que ficar em casa, o setor teve desempenho melhor, puxado pelo “varejo formiguinha”, que são as pequenas obras e reformas.

O dirigente ressalta que o desempenho do segmento está ligado aos resultados da indústria da construção civil. Ele avalia que os impactos do programa do governo federal Minha Casa, Minha Vida (MCMV), que tem como meta contratar 2 milhões de moradias até 2026 em todo o País, devem ser sentidos pela atividade, só que por volta do segundo semestre de 2024. “O reflexo não é imediato e leva tempo”, observa. Atualmente, o Minha Casa, Minha Vida atende famílias com renda mensal de até R$ 8 mil.

E o número de lançamentos de apartamentos em Belo Horizonte e Nova Lima está caindo, conforme levantamento do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG). A queda foi de 52,8% em maio frente abril, passando de 282 unidades lançadas em abril para 133 unidades no quinto mês de 2023.

Com poucos lançamentos, a indústria de cerâmica, formada em sua maioria (95%) por micro e pequenas empresas, acaba sendo impactada negativamente. O setor é formado por cerca de 800 indústrias espalhadas pelo Estado, sendo a região Centro-Oeste a que detém a maior participação, com 30% do total.

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