Economia

Com baixa de pedidos no segmento de transformação, faturamento da indústria recua em Minas Gerais

Na direção oposta, o segmento extrativo apresentou uma alta de 12,3%
Atualizado em 6 de outubro de 2025 • 20:24
Com baixa de pedidos no segmento de transformação, faturamento da indústria recua em Minas Gerais
Foto: Reprodução/Adobe Stock

Em agosto deste ano, o faturamento da indústria em Minas Gerais diminuiu 2,2% em relação a julho. Na comparação com o mesmo período do ano passado, o recuo foi maior, de 5,6%. Os dados constam na pesquisa Indicadores Industriais (Index), da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), divulgada nesta segunda-feira (6).

Conforme a entidade, a queda mensal da indústria geral decorreu da redução de pedidos em carteira nas empresas de transformação. Esse segmento registrou uma baixa de 3,3% no montante faturado, enquanto na direção oposta, o extrativo apresentou uma alta de 12,3%.

O economista da Fiemg, Arthur Augusto Dias de Oliveira, explica que a indústria de transformação é mais sensível ao ciclo econômico que a extrativa e o resultado reflete o momento econômico do Brasil. Ele ressalta que o Produto Interno Bruto (PIB) está desacelerando e a taxa de juros está elevada, influenciando no mercado de crédito.

“Fora as outras questões que também impactam o segmento de transformação. Temos o tarifaço dos Estados Unidos vigente e uma economia global mais fraca”, afirma.

Apesar do desempenho negativo em agosto, o levantamento da Fiemg mostrou que o faturamento da indústria em Minas Gerais ainda permanece positivo no acumulado anual. Nos primeiros oito meses de 2025, frente a igual intervalo de 2024, o crescimento atingiu 0,9%.

Em razão dos fatores já mencionados e analisando o desempenho industrial do Estado nos últimos 12 meses, que evidenciam uma perda de dinamismo desde janeiro, Oliveira diz que a perspectiva é que a indústria mineira tenha uma expansão moderada neste ano. Segundo o economista, o que deve ajudar o setor no restante do ano são as tradicionais festividades da época, uma vez que as empresas precisam produzir mais para abastecer o comércio.

“Nos meses de setembro, outubro, novembro e dezembro, a gente tende a ver ainda um crescimento da indústria, justamente por essa questão sazonal, mas mais fraco do que o ano anterior, em função das questões do ciclo econômico que comentei”, analisa.

Além da variação no valor faturado, a Index apontou que as horas trabalhadas na produção industrial aumentaram 0,5% na comparação com julho, influenciada pela elevação no número de funcionários. Por outro lado, a utilização da capacidade instalada do setor no Estado caiu 1,1 ponto percentual (p.p.), passando de 82,6% para 81,5%. No resultado acumulado, o primeiro indicador avançou 1,1% e o segundo subiu 0,01 p.p., para 81,2%.

Nível de emprego sobe, enquanto massa salarial e rendimento médio diminuem

Ainda conforme a pesquisa da Fiemg, o nível de emprego no setor em Minas Gerais cresceu 0,4% em agosto ante julho, em virtude do ajuste do quadro de funcionários em empresas do segmento de transformação. No ano, a expansão chegou a 2,2%.

“Talvez a única variável macroeconômica que ainda demonstre algum grau de aquecimento é o mercado de trabalho, que segue muito aquecido”, destaca o economista da entidade.

Em contrapartida, a massa salarial teve um recuo mensal de 1,8%, influenciada por uma base de comparação elevada, devido aos pagamentos de férias e de participações nos lucros e resultados ocorridos no mês anterior, e o rendimento médio real dos trabalhadores diminuiu 2,5%. No acumulado, os indicadores caíram 0,4% e 2,6%, respectivamente.

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