Economia

Após dois meses de recuo, faturamento da indústria mineira avança 3,3%

Resultados positivos nos segmentos extrativo e de transformação foram impulsionados pelo aumento no consumo das famílias e pela dinamicidade do mercado de trabalho
Após dois meses de recuo, faturamento da indústria mineira avança 3,3%
Indústria da transformação mineira cresceu menos que a média nacional e acabou afetando a atividade de serviços | Crédito: Divulgação Comau

Após dois meses consecutivos de queda, o faturamento da indústria extrativa e de transformação em Minas Gerais apresentou crescimento de 3,3%. Os resultados, referentes ao mês de novembro de 2024, foram impulsionados pela expansão no número de pedidos em um período marcado por resultados positivos no mercado de trabalho e no consumo das famílias.

Os dados fazem parte da Pesquisa Indicadores Industriais, realizada pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). No acumulado do ano até novembro, o desempenho financeiro do setor também apresentou avanços (4%), bem como na comparação com o mesmo mês do ano anterior (6,7%).

Acompanhando o ritmo de crescimento do setor, as horas trabalhadas na produção também encerraram em alta, de 1,9%. Dentre os fatores que contribuíram para o resultado, está o maior número de horas extras realizadas.

De acordo com a economista da Fiemg, Thais Galdino, de modo geral, os resultados são positivos, impulsionados pelo consumo das famílias e pela dinamicidade do mercado de trabalho. “Entendemos que o aumento nas horas trabalhadas foi em grande parte para atender às compras de fim ano. Com isso, a indústria realiza esse tipo de ajuste, principalmente em uma trajetória ao longo do ano de consumo aquecido”, avalia.

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Já a utilização da capacidade instalada (UCI) apresentou redução de 0,8 ponto percentual no mês de novembro. O indicador, que mostra o potencial produtivo está sendo aproveitado para atender à demanda, recuou de 81,4% em outubro para 80,6%.

Apesar do recuo, a economista considera que a UCI não se encontra em patamares prejudiciais para a indústria em Minas Gerais. “De forma geral, houve um aumento na quantidade de pedidos. Os atuais níveis de capacidade não são uma preocupação no momento e sim um ajuste para atender a demanda”, pontua.

Também em retração, a massa salarial registrou queda de 0,4% em um período em que o nível de emprego permaneceu estável pelo segundo mês consecutivo. O resultado, segundo a pesquisa, foi influenciado pela redução no pagamento de rescisões contratuais nas empresas do segmento de transformação, o que contribuiu para uma queda de 1,6% no rendimento médio real dos trabalhadores.

Desafios macroeconômicos levam futuro incerto para a indústria

Embora registre crescimento ao longo de 2024, o desempenho da indústria deve enfrentar um cenário mais moderado, tanto em Minas Gerais quanto no Brasil, nos próximos meses. A continuidade do ciclo de crescimento está condicionada aos desafios macroeconômicos. No momento, o País passa por turbulências em decorrência do aumento na Taxa Básica de Juros (Selic).

Para Thais Galdino, os recentes aumentos nos juros dificultam o acesso ao crédito para empreendedores. “A dificuldade de acesso aos financiamentos pode desestimular investimentos na indústria. Nos próximos meses, acreditamos em um crescimento moderado em razão dessa situação”, conclui.

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