Economia

Faturamento do setor de mineração em Minas aumenta 28% no terceiro trimestre

Resultado positivo está relacionado, principalmente, a um aumento produtivo das minas de ferro no Estado
Atualizado em 21 de outubro de 2025 • 19:49
Faturamento do setor de mineração em Minas aumenta 28% no terceiro trimestre
Foto: Reprodução Adobe Stock

O setor mineral registrou um faturamento de R$ 30 bilhões em Minas Gerais no terceiro trimestre deste ano, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram). O valor representou 39% do montante nacional, o maior percentual entre as unidades da Federação. Em relação a igual intervalo do ano passado, a cifra cresceu 28%.

O diretor de Assuntos Minerários da entidade, Julio Nery, explica que o resultado positivo está relacionado, principalmente, a um aumento produtivo das minas de ferro no Estado. Como as operações são a céu aberto, o período seco favoreceu a produção.

Outro ponto, de acordo com ele, é a valorização do ouro – subiu 39,5% na média trimestral, para US$ 3.455,5 por onça-troy. “Esse preço do ouro influencia bastante em Minas Gerais, que abriga as duas maiores produtoras de ouro do Brasil”, destaca, se referindo a AngloGold Ashanti, que opera em Nova Lima, Sabará e Caeté, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), a Kinross Gold, instalada em Paracatu, na região Noroeste.

Ainda segundo Nery, o nióbio também ajudou a elevar o faturamento do setor em Minas Gerais. Para se ter uma ideia, entre junho e setembro, as exportações brasileiras do mineral atingiram US$ 689,3 milhões, alta anual de 27,6%.

Cabe ressaltar que o Brasil é o maior produtor de nióbio do mundo e quase tudo que o País produz de nióbio vem da operação da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), em Araxá, no Alto Paranaíba.

Com a contribuição do Estado, no Brasil inteiro, o faturamento do setor de mineração aumentou 34% no terceiro trimestre de 2025, ante o mesmo período de 2024, para R$ 76,2 bilhões. A receita com minério de ferro foi de R$ 39,8 bilhões, mais da metade do total.

Arrecadação da Cfem sobe 26,8% no Estado

De junho a setembro deste ano, a arrecadação da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem) em Minas Gerais somou R$ 864 milhões. O valor recolhido no Estado foi o maior entre as unidades federativas, respondendo por 45% do montante nacional. Frente a cifra registrada na mesma época do último exercício, houve avanço de 26,8%.

No Brasil, o recolhimento dos royalties da mineração alcançou R$ 2 bilhões no terceiro trimestre de 2025 e não variou. Em termos de substâncias, o minério de ferro teve a maior participação no resultado do País, com R$ 1,38 bilhão, 69% do total.

Investimentos em minerais críticos e estratégicos vão decolar mais, afirma Ibram

A previsão de investimentos do setor de mineração no Brasil, entre este ano e 2029, é de US$ 68,4 bilhões. Minas Gerais deve receber US$ 16,5 bilhões desse montante. Os valores destinados para minerais críticos e estratégicos (MCEs), substâncias que estão no centro das discussões globais, são de US$ 18,45 bilhões no País e US$ 3,2 bilhões no Estado.

De acordo com o diretor-presidente do Ibram, Raul Jungmann, os aportes destinados aos minerais críticos e estratégicos estão “decolando” e com certeza vão “decolar” ainda mais daqui para frente. Ele destaca que essas substâncias são fundamentais à segurança alimentar, à tecnologia e inovação, à defesa e soberania de um país e à transição para uma economia de baixo carbono, e ressalta que a demanda está cada vez maior.

Segundo o executivo, o Ibram tem recebido representantes do mundo todo, incluindo da Austrália, Estados Unidos, China e de países da Europa, para tratar sobre as substâncias. “Esses valores vão crescer sem a menor sombra de dúvidas, só não sabemos dimensionar quanto, até porque o Brasil é uma anomalia geológica. Nós temos quase todos os minerais críticos e estratégicos. Lembrando que cada país tem uma classificação diferente”, afirma.

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas