Economia

Faturamento da mineração sobe 5,7% em Minas Gerais no 1º trimestre

Entre as unidades federativas, o Estado foi o que mais faturou, respondendo por 40% do total nacional
Atualizado em 6 de maio de 2025 • 17:50
Faturamento da mineração sobe 5,7% em Minas Gerais no 1º trimestre
Foto: Divulgação Vale

Entre janeiro e março deste ano, o faturamento da indústria da mineração em Minas Gerais somou R$ 29,8 bilhões, alta de 5,7% frente ao mesmo intervalo do ano passado. Entre as unidades federativas, o Estado foi o que mais faturou, respondendo por 40% do total nacional. O valor faturado no Brasil chegou a R$ 73,8 bilhões, aumento de 8,6%. Os dados, divulgados nesta terça-feira (6) pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), trazem otimismo para o restante do ano.

O diretor-presidente da entidade, Raul Jungmann, e o diretor de Sustentabilidade e Assuntos Regulatórios do Ibram, Julio Nery, estão confiantes. Em coletiva de imprensa para apresentação do balanço trimestral, Jungmann disse que espera que o faturamento do setor mineral brasileiro em 2025 seja parecido com o do exercício anterior, quando atingiu R$ 270,8 bilhões.

“As minhas expectativas são de que vamos performar, talvez com alguma perda, talvez com alguma modificação para melhor, mas de todo jeito vamos ficar muito próximos do resultado do ano passado”, afirmou.

Nery fez uma análise semelhante para o cenário em Minas Gerais. Ele ressaltou que projetos relativos ao minério de ferro foram finalizados no Estado recentemente e que outros minérios estão entrando em produção, fatores que levam a crer que o resultado no fim deste ano ficará próximo ao de 2024, cuja cifra foi de R$ 108,3 bilhões.

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O diretor de sustentabilidade destacou que Minas Gerais, junto com o Pará, “dão o tom” da produção nacional. Nery ainda ressaltou que os dois estados são os principais produtores de minério de ferro do Brasil, substância considerada o carro-chefe do setor no País e que respondeu por 53% do faturamento nos primeiros três meses do ano.

Arrecadação da Cfem, balança comercial e projeção de investimentos

Ainda de acordo com os números do Ibram, a arrecadação da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem) no primeiro trimestre atingiu R$ 2 bilhões, alta de 1,2% em comparação a igual período de 2024. Minas Gerais foi responsável por recolher 46% desse volume, ou seja, R$ 904 milhões, o que representa uma elevação anual de 2,4% .

Por outro lado, o saldo da balança comercial do setor mineral recuou. No Estado, o superávit caiu 21,8%, para US$ 3,4 bilhões – foram US$ 3,6 bilhões em exportações e US$ 200 milhões em importações. No País, houve baixa de 13%, para US$ 7,7 bilhões – sendo, US$ 9,3 bilhões em embarques e US$ 1,6 bilhão em valor importado.

Já a estimativa de investimentos em projetos da mineração para o intervalo de 2025 a 2029 permaneceu a mesma da última coletiva do Ibram, realizada em fevereiro. Segundo o instituto, as mineradoras planejam investir US$ 68,4 bilhões no País, com a maior parte dos recursos, 24,1%, ou US$ 16,5 bilhões, direcionados para Minas Gerais.

Guerra tarifária não traz grandes impactos para o setor mineral

A guerra tarifária estabelecida pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com países do mundo inteiro, sobretudo com a China, não deve ter impactos significativos sobre a mineração nacional. Conforme o diretor-presidente do Ibram, as exportações do setor para os norte-americanos são pequenas se comparado às vendas para outros mercados como a Ásia, que recebe cerca de 70% das remessas – em torno de 60% direcionadas aos chineses.

Dados do instituto reforçam o que Jungmann ressaltou: nos primeiros três meses de 2025, apenas 1% dos embarques brasileiros de minério de ferro, 2,4% de ouro, 2,6% de alumínio, 6,6% de nióbio e 4% de caulim tiveram os Estados Unidos como destino.

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