Economia

Cresce faturamento dos operadores de foodservice no Brasil

Segundo pesquisa, 63% dos entrevistados disseram que registraram lucro, 30% ficaram próximos a zero e apenas 7% tiveram prejuízo no período
Cresce faturamento dos operadores de foodservice no Brasil
O estudo revelou que 61% das empresas consultadas fizeram alterações no cardápio nos últimos três meses | Crédito: Adobe Stock

A maioria dos operadores (58%) que atua no mercado de foodservice relatou aumento do faturamento no primeiro semestre deste ano na comparação com o mesmo período de 2022. Outros 32% apuraram o mesmo resultado que no ano anterior e 10% ficaram com faturamento inferior. É o que aponta a nova edição da “Pesquisa Alimentação Hoje: a visão dos operadores de foodservice”.

Realizado em conjunto pela Associação Nacional de Restaurantes (ANR), Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia) e a consultoria Galunion, o estudo também buscou entender o resultado financeiro da operação entre os meses de janeiro a junho deste exercício. Segundo a pesquisa, 63% dos entrevistados disseram que registraram lucro, 30% ficaram próximos a zero e apenas 7% tiveram prejuízo no período.

Um fato curioso revelado pelo levantamento foi que 61% das empresas fizeram alterações no cardápio nos últimos três meses. O principal motivo para essa ação, com 35% dos operadores, foi a tentativa de deixar os produtos mais atraentes, com inovação, promoções, calendário de marketing e eventos, dentre outros. Já 28% foram motivados por um custo mais competitivo do fornecedor ou distribuidor de um determinado item, enquanto 27% relataram que o movimento foi devido a problemas de abastecimento ou inflação de custos.

Dentre as ações tomadas pelos operadores de foodservice para lidar com o aumento dos custos, está a busca pela redução de desperdícios, adotada por 65% dos entrevistados. Entre as outras ações, 61% relatam aumento de preço de venda do cardápio, 49% compra de produtos de novos fornecedores, 35% substituição de ingredientes na receita e outros 35% ajuste do tamanho das porções.

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O diretor-executivo da ANR, Fernando Blower, explica que essas medidas foram necessárias para que os operadores pudessem enfrentar um cenário impactado pela inflação de alimentos e mitigar os prejuízos.

“O setor compreendeu a necessidade de transformação e passou a ter um olhar mais cauteloso sobre os insumos utilizados, criando procedimentos para reduzir desperdícios, resultando em ganho de margem fundamental para a sobrevivência dos estabelecimentos. Além disso, o segmento percebeu a importância de estar sempre atento às movimentações do mercado”, completa.

Quanto às principais formas de abastecimento, o destaque foi a compra em atacados e cash&carry, com 71% dos operadores de foodservice; em seguida aparece a compra direta da indústria (65%) distribuidores especializados neste segmento (50%), compra pela internet de marketplaces (44%) e compra em supermercados (40%).

Para o presidente-executivo da Abia, João Dornellas, o dado relacionado à compra direta da indústria de alimentos demonstra a importância do setor seguir investindo em soluções que entreguem uma proposta de valor diferenciada para os estabelecimentos.

Relacionamento com fornecedores no foodservice

A pesquisa também revelou que 60% dos operadores utilizam o WhatsApp para relacionamento e obtenção de informações com seus fornecedores e 55% para efetuar os pedidos de compra.

Visando analisar melhor este contexto, o estudo colheu informações sobre as três formas mais significativas de fornecimento para os negócios que atuam no setor: 58% compram em atacados e cash&carry, 50% compram direto da indústria de alimentos e 30% fazem o uso de distribuidores especializados em foodservice.

A CEO da Galunion, Simone Galante, ressalta que está bem claro que os operadores, sejam de redes ou independentes, buscam ajuda dos fornecedores. Ela relata que 73% dos entrevistados disseram que gostariam de obter informações sobre o comportamento de consumidores e tendências para o seu negócio, além de 72% buscarem por produtos que simplifiquem o trabalho na cozinha para gerar ganhos na produtividade.

“Para ampliar a ajuda, 69% acham que os fornecedores poderiam efetuar sessões de inovação e co-criação de novos produtos, ofertas e promoções, enquanto 68% buscam redução de preços e custos do produto. Já com 67%, há o interesse por informações sobre produtos e comparações de performances entre marcas. Levando todos estes pontos em consideração, isso se torna uma grande oportunidade para que fornecedores possam atuar neste sentido”, completa.

Durante a realização da “Pesquisa Alimentação Hoje: a visão dos operadores de foodservice”, os participantes apontaram cinco critérios fundamentais para os negócios. O primeiro é o Preço e custo-benefício, considerado como relevante para 91% dos operadores; logo depois vem Frequência de entrega e rapidez entre pedido e entrega (63%), Confiabilidade logística, garantia e pontualidade (62%), Flexibilidade no sistema de pagamento e pedido mínimo (56%) e Performance do produto, segurança do alimento, rendimento, facilidade de uso e embalagem (46%).

Crescimento do foodservice no Brasil

O setor de foodservice foi responsável por puxar os novos comércios no primeiro semestre deste ano. De acordo com dados do Serasa Experian, o Brasil registrou 140,808 mil aberturas entre janeiro e junho, com média de 1,136 mil registros por dia útil, o que equivale a 6,65% das 2,1 milhões de inaugurações entre os 20 maiores segmentos de serviços e indústria do País.

O segmento também se destaca entre as empresas franchising, com alta procura e abertura de lojas. Segundo uma análise feita pela Associação Brasileira de Franchising (ABF), o setor contou com 18,9 mil inaugurações durante os primeiros seis meses de 2023. Esse avanço foi motivado por fatores econômicos e de mercado.

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