Economia

Faturamento do setor atacadista distribuidor desacelera

A expectativa é que as empresas do atacado e da distribuição cresçam cerca de 7% em 2025
Faturamento do setor atacadista distribuidor desacelera
Foto: Manu Dias/Agecom

O faturamento do setor atacadista e distribuidor nacional desacelerou em maio e cresceu 3,6% em relação ao mesmo período do ano passado. Este é o menor crescimento registrado em um mês em 2025, na comparação ano a ano. Na comparação com o mês anterior, a alta foi bem mais expressiva, de 9,1%, após uma queda observada na variação mensal de março para abril.

Os dados são do Termômetro Abad NielsenIQ e foram apresentados, nesta segunda-feira (16), durante coletiva de imprensa na 44ª Convenção Nacional e Anual do Canal Indireto. O evento é realizado em Atibaia (SP) pela Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad).

No acumulado dos cinco primeiros meses deste ano, as empresas do setor atacadista e distribuidor registraram um crescimento na receita de 6,2%, em média, em relação ao mesmo período do ano passado.

A expectativa é que as empresas do atacado e da distribuição cresçam cerca de 7% em 2025, declarou o presidente da Abad, Leonardo Miguel Severini. “Se a gente tiver esses patamares, eu vejo como um bom resultado, um bom ganho. Até porque, se a gente entregar esse resultado, eu tenho certeza que a gente vai continuar subindo o nosso patamar de penetração (no consumo)”.

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Foto: Diário do Comércio/Marco Aurélio Neves

Segmentação por porte

As empresas que faturam entre R$ 25 milhões e R$ 45 milhões mensais registraram crescimento de 39,1% no faturamento, em maio, em relação ao mesmo mês do ano anterior, e contribuíram com 6,4 pontos percentuais (p.p.) na composição do indicador da pesquisa. Já a receita das grandes empresas do setor – que faturam mais de uma centena de milhões de reais por mês – subiu 7,9% no mês de maio na mesma base de comparação.

Por outro lado, as empresas que faturam entre R$ 1,5 milhão e R$ 25 milhões mensais registraram uma redução de 21,2 % no faturamento do mês passado, na comparação ano a ano. Foi a maior queda entre todas as categorias empresariais do setor atacadista distribuidor, com uma contribuição negativa de 3,1 p.p. no Termômetro Abad NielsenIQ.

Já as empresas que faturam cerca de R$ 25 milhões e R$ 45 milhões por mês – categoria que representa mais de um terço do setor – tiveram uma baixa de 9,6% na receita de maio, na comparação ano a ano, e contribuíram com -2,8 p.p. no indicador da Abad.

O Termômetro Abad NielsenIQ mostra ainda que, em maio, na comparação ano a ano, o varejo nacional cresceu expressivamente em todos os canais de venda. Com alta geral de 9,1% no total, o segmento obteve alta de 8,3% em autosserviço, 8,2% no atacarejo, 13,2% em Farma e de 15,5% em tabaco e eletro.

Setor atacadista se preocupa com impacto das Bets

O presidente da Abad afirmou que o setor espera um bom desempenho no segundo semestre, já que tradicionalmente o período é mais positivo para o mercado atacadista e distribuidor, com festividades do final de ano que alavancam o faturamento das empresas do ramo.

O representante da entidade setorial também destacou a preocupação do setor com o avanço das casas de apostas esportivas on-line (bets) no País, que tem comprometido cada vez mais o orçamento familiar brasileiro com as apostas.

Severini ressaltou que a associação atacadista não é contra as pessoas apostarem nas bets, já que a entidade é uma defensora do livre mercado, mas que o Brasil, segundo ele, ainda carece de uma regulamentação maior quanto à exposição publicitária das bets e em relação à garantia do retorno das apostas aos apostadores.

Ele sugere que as apostas esportivas on-line devem ser tributadas de forma semelhante à tributação de produtos considerados com vício em potencial, como cigarro e bebidas alcoólicas.

“As pessoas que respondem pelos orçamentos familiares têm uma percepção sobre as bets que está muito errada, que é justamente um complemento de renda. Isso faz com que muitos elejam este mercado tentando achar uma forma de obter uma renda extra, o que não acontece na prática”, disse Severini.

O repórter viajou para Atibaia a convite da Abad

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