Lojistas estimam aumento nas vendas do Natal em Minas

Apesar da menor renda da população, o desempenho das vendas do comércio varejista para o Natal foi considerado positivo. De acordo com a Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de Minas Gerais (FCDL-MG), a estimativa é que o resultado financeiro tenha crescido cerca de 6% frente a 2019, período antes da pandemia, e 12% quando comparado com o Natal de 2021.
Já o número de itens vendidos foi menor devido ao aumento do custo. O bom atendimento, a variedade de produtos e os estoques bem formados foram essenciais para o resultado positivo.
De acordo com o presidente da FCDL-MG, Frank Sinatra Santos Chaves, a alta no faturamento das vendas é importante para o setor, que nos últimos dois anos enfrentou desafios gerados pela pandemia de Covid19.
“As vendas para o Natal foram boas. Frente a 2019, ano anterior à pandemia, acredito que o faturamento aumentou cerca de 6%. Em comparação com 2021, a alta deve ficar em até 12%. Os anos de 2020 e 2021 foram muito ruins para o setor e as vendas caíram muito”.
Frank Sinatra explica ainda que, neste ano, os principais itens comercializados foram dos setores de vestuário, calçados, perfumes e joias.
“Apesar da população ter comprado menos itens, devido ao aumento dos preços, produtos com preços até R$ 200 tiveram um giro bem melhor que no ano passado”.
O bom resultado das vendas, além do apelo emocional do Natal, também é atribuído à preparação dos comerciantes. O atendimento de qualidade, a variedade de produtos e os estoques bem formados são importantes.
A estimativa é que as vendas continuem aquecidas até o final do ano, já que muitos consumidores retornam às lojas para a troca de produtos.
“Com bom atendimento, o comerciante pode aproveitar o retorno do consumidor para efetuar novas vendas. O atendimento faz muita diferença e o comércio está preparado para isso”.
Em relação ao desempenho do setor ao longo de 2022, a avaliação foi positiva, mas o comércio ainda sofre com altas tributações, o que compromete a rentabilidade.
“O ano foi bom para o comércio. A nossa preocupação será 2023, com a troca do governo federal. Pesa ainda sobre o setor a carga tributária, principalmente, sobre as micro e pequenas que estão no Simples Nacional e precisam pagar o diferencial de alíquota (Difal) do ICMS. Isso prejudica muito”, disse Frank Sinatra
A economista da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), Ana Paula Bastos, também acredita que os resultados das vendas de Natal foram melhores que no ano anterior. Em Belo Horizonte, a previsão é de que as vendas nesse período injetem R$ 2,45 bilhões na economia da cidade ao longo do mês.
“Ainda estamos levantando os números, mas nossa perspectiva é bastante positiva. Pelas nossas pesquisas, 9 a cada 10 consumidores iriam comprar presentes no Natal. Outro ponto positivo é a estimativa de tíquete médio maior, de R$ 173, uma alta em relação ao ano passado de 1,45%”.
Ainda segundo Ana Paula, o desempenho positivo das vendas de Natal é importante por trazer fôlego ao setor varejista e permitir a recuperação de parte das perdas que aconteceram durante os anos mais impactados pela pandemia.
A movimentação gerada pelo Natal deve perdurar pelos próximos dias com as trocas de produtos.
“Este período de trocas é muito interessante para o comerciante. É uma oportunidade porque quando as pessoas vão às lojas, é possível trocar o bem por um de valor maior e ainda gerar novas vendas. Além do bom atendimento, neste período, é importante ter um estoque legal, condições boas de pagamento e tentar fidelizar o cliente, para que ele volte”.
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