Fiat pode dar férias a mil funcionários

A Fiat, com planta em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), estuda dar férias coletivas a um grupo entre 800 e 1.000 funcionários. A montadora comunicou ao Sindicato dos Metalúrgicos de Betim e Região a intenção de interromper atividades em um turno de uma das três linhas de produção, mas não informou a partir de quando. O motivo para o comunicado são os constantes problemas no fornecimento de componentes eletrônicos importados.
A Fiat esclareceu que fez o comunicado ao sindicato, obedecendo à legislação trabalhista, que determina aviso prévio de 15 dias para férias coletivas, mas que isso não significa que a interrupção nas atividades realmente vai acontecer. Caso o fornecimento das peças seja normalizado, não será necessário fazer a paralisação.
O número de funcionários também não foi confirmado pela empresa. Mas, segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Betim e Região, Alex Custódio, representantes da montadora informaram em reunião, na última quarta-feira, que serão entre 800 e 1.000 trabalhadores.
No início de março, a Fiat deu férias coletivas a um turno de trabalhadores, em uma de suas três linhas de produção. Seiscentos funcionários ficaram em casa por dez dias, também devido a problemas no fornecimento de insumos e componentes. A medida envolveu menos de 10% do efetivo da unidade.
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“A Fiat deveria parar totalmente ou ao menos reduzir o número de funcionários trabalhando, não apenas em função de falta componentes, mas, principalmente, devido à pandemia. Há muitos casos na empresa, inclusive com morte”, disse Custódio. A montadora informou que adota protocolos rigorosos de proteção aos funcionários contra a Covid-19.
Semicondutores
Os componentes eletrônicos que mais têm faltado para a montadora de Betim são semicondutores. A escassez se deve ao aumento da demanda em todo mundo, motivado pelo crescimento no consumo de computadores e games, além das demandas relativas à tecnologia 5G. Esses componentes são produzidos, principalmente, por países asiáticos.
O problema tem afetado quase todas as montadoras de veículos do País. Foi a falta dessas peças que também motivou, entre os dias 26 de março e 5 de abril, a paralisação das fábricas da Mercedes-Benz em São Bernardo do Campo (SP) e em Juiz de Fora, na Zona da Mata. A planta mineira da montadora interrompeu as atividades por dez dias, mandando 830 funcionários para a casa.
Os trabalhadores da Mercedes voltaram às atividades nesta semana, mas a montadora informou que segue fazendo interrupções alternadas de pequenos grupos, mas, nesse caso, para reduzir o número de funcionários nas unidades em função da pandemia. Em Juiz de Fora, segundo o sindicato dos metalúrgicos local, 60 pessoas permanecem de férias coletivas e outras 50 estão estão em teletrabalho. Todos são funcionários de áreas administrativas.
Já a montadora Iveco, em Sete Lagoas, na região Central do Estado, segue com a produção normal e informou que não há previsão de paradas. A montadora de veículos comerciais e de passageiros não comentou sobre possíveis faltas de peças.
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