Economia

Fiat poderá montar veículos híbridos em Betim

Meta deve ser atingida até 2030 com aposta nos híbridos
Fiat poderá montar veículos híbridos em Betim
Filosa explica que veículos eletrificados devem responder por 20% do portfólio do grupo no País | Crédito: Alisson J. Silva/Arquivo DC

Descarbonização, localização e descentralização são estratégias que ditarão o futuro do grupo Stellantis, dono da marca Fiat, com planta industrial em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). A montadora tem a meta de reduzir à metade suas emissões de gás carbônico até 2030 e o emprego da tecnologia flex está entre as soluções propostas pela empresa para alcançar o objetivo. A nacionalização de semicondutores também está no radar.

Para o projeto de descarbonização, a empresa trabalha no desenvolvimento de veículos híbridos que combinem a eletricidade não apenas a combustíveis fósseis, mas também ao etanol, de forma a aproveitar tecnologias já existentes no País. Especialmente na Fiat, em Minas, onde pretende continuar investindo em engenharia, em vistas de promover a descarbonização do setor por meio da valorização do etanol.

A informação é do presidente da Stellantis para a América do Sul, Antonio Filosa, que em entrevista a jornalistas classificou a opção como limpa e competitiva para o consumidor final. “O veículo movido a etanol emite quase o mesmo nível de gás carbônico que um carro elétrico. E é bem barato”, afirma.

O estímulo à atração de fornecedores de peças e tecnologia de ponta para as proximidades de suas principais linhas de montagem no Brasil também faz parte do processo. “A maioria das montadoras importa, nós localizamos. Esse é o nosso compromisso com nossos negócios e pessoas”, completa.

Entre as metas do grupo em termos globais para 2030, além da redução pela metade das emissões de gás carbônico, um mix de vendas de elétricos em seu portfólio, chegando a 20% de eletrificados apenas no Brasil. Conforme Filosa, a grande maioria desse volume seria formada justamente por carros híbridos. A empresa pretende ainda ser líder em experiências e customização e dobrar suas receitas.

Escassez de semicondutores é desafio

Até lá, no entanto, há um caminho complexo a ser percorrido e obstáculos a serem superados. Entre eles, a escassez de semicondutores, que atinge diferentes setores industriais em todo o mundo e provocou a maior crise de oferta no setor automotivo brasileiro. Filosa acredita em uma solução definitiva para o problema em meados do ano que vem. Ele diz que o grupo tem participado ativamente de discussões com o governo e outras montadoras de caminhos para atrair fornecedores para o Brasil e diminuir a dependência internacional.

Ao mesmo tempo, pondera que as decisões estratégicas não se baseiam apenas no contexto atual – fazendo referência às constantes faltas de insumos e paradas na produção. “Imaginamos um futuro com menos problemas do que vivemos nos últimos 18 meses com relação aos semicondutores. Mas, independentemente de tudo isso, a situação deve se regularizar na segunda metade do ano que vem. Já melhora mês a mês. Estamos gerenciando bem o momento junto com nossos fornecedores, trabalhando de forma positiva e pró-ativa”, comenta.

No fim do mês passado, a fábrica da Fiat em Betim parou a produção por dez dias. O motivo foi justamente a falta de peças. Esta foi a primeira parada deste ano da unidade, que atingiu as linhas de automóveis e de motores e transmissões.

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas