Fiemg propõe medidas para mitigar efeitos da crise

A pandemia do Covid-19 impacta o mundo e, além do setor da saúde e da dimensão humana, tem a área industrial como uma das mais afetadas, causando baixa produtividade. Para mitigar a situação, a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) propôs, à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, medidas emergenciais voltadas para os consumidores de gás.
“Neste cenário de crise devido ao Covid-19 as indústrias reduziram drasticamente sua produção, mas ainda não temos uma dimensão definida desse impacto”, afirma a assessora de Energia da Fiemg, Tânia Mara Costa, pontuando que as maiores consumidoras do gás natural são as indústrias siderúrgicas e de mineração. “Acreditamos que, com a adoção de algumas medidas, em breve a estabilidade da economia nacional será retomada”, afirma.
Dentre as propostas enviadas pela Federação estão o pagamento à Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig) apenas da proporção da parcela do gás efetivamente utilizado, a flexibilização dos contratos de suprimento para pagamento pelo valor medido, a não cobrança de penalidades contratuais e a possibilidade de comercialização dos excedentes para as indústrias que estão necessitando produzir mais.
“Dessa maneira, a cobrança não será sobre o take or pay, que estabelece um valor mínimo de pagamento do contrato independente se você consumiu ou não o produto, e sim, sobre o consumo real de cada indústria”, esclarece Tânia Mara.
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Para o presidente da Câmara de Petróleo e Gás da Fiemg, Humberto Zica, essas medidas darão um fôlego para que as empresas possam ter mais flexibilidade no consumo de gás e não ficarem presas apenas ao contrato take or pay.“Precisamos de outras alternativas, pois esse modelo onera as empresas, prejudicando o fluxo de caixa, o que pode acarretar sérios problemas em um momento de crise como este que estamos passando”, afirma o empresário, que também é diretor da empresa Delp Engenharia.
Setor elétrico – Não é a primeira vez que a Fiemg interfere, junto a órgãos públicos, no intuito de minimizar os impactos causados pela crise do coronavírus junto ao setor industrial. Recentemente foi encaminhado ao Ministério de Minas e Energia, à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e às concessionárias de distribuição de energia mineiras, propostas de medidas voltadas para o setor elétrico.
Entre as demandas encaminhadas pela Federação estão a flexibilização das normas regulatórias, a ociosidade do sistema elétrico, por um período mínimo de 90 dias e enquanto perdurar os reflexos da crise, sem a cobrança pelo uso da rede no horário de ponta, a cessão de direito de uso de energia e a comercialização de excedentes de energia.
As medidas poderão reduzir os custos com energia para as indústrias que necessitam produzir neste momento delicado e atende também o mercado prioritário, como a área de saúde, indústria química, farmacêutica, de higiene e alimentícia. Para Tânia Mara, se ações solicitadas pela entidade forem acatadas e as distribuidoras forem autorizadas pela Aneel a flexibilizarem as tarifas e criarem produtos diferenciados, evitará o aumento da inadimplência e aumentará o estímulo à produção. “Essas medidas poderão evitar a insolvência geral do setor elétrico”, ressalta a assessora. (Da Redação)
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