Economia

Fiemg vê sucesso em pressão do setor privado em recuo de Trump e Zema culpa Lula por tarifaço

Governo de Minas considera que a situação melhorou bastante, mas que tarifas trumpistas ainda afetarão muitos setores da economia mineira
Fiemg vê sucesso em pressão do setor privado em recuo de Trump e Zema culpa Lula por tarifaço
Foto: Dirceu Aurélio/Imprensa MG

Aliviado, em certa medida, com o recuo no tarifaço do presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, o setor produtivo de Minas Gerais acredita que obteve sucesso em contatar o setor privado norte-americano para pressionar o mandatário dos EUA.

O governo de Minas Gerais, por seu turno, considerou que a situação melhorou bastante, mas ressaltou que as tarifas trumpistas ainda afetarão muitos setores da economia mineira e culpou o governo federal pela atitude do presidente dos Estados Unidos.

Em coletiva de imprensa na Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), nesta quarta-feira (30), o presidente da entidade, Flávio Roscoe, afirmou que está “muito claro” para o setor produtivo que o recuo de Trump se deve à pressão das empresas dos EUA sobre o governo do próprio país, nos segmentos da maior economia do mundo que seriam seriamente afetados pelo tarifaço.

“Parte da nossa estratégia deu certo, que era colocar o setor americano para trabalhar. […] Essa conquista que houve foi uma pressão do mercado americano no governo americano”, declarou Roscoe.

Ele destacou que agora está aberto um espaço para a negociação bilateral entre Brasil e Estados Unidos nos outros segmentos da economia que não conseguiram escapar da sobretaxa de Trump.

“Agora, felizmente, com um escopo menor, vão ser dadas as negociações bilaterais, porque há uma taxação efetiva aplicada, que já está prejudicando um número enorme de empresas”, pontuou.

O representante industrial apontou que a Fiemg apresentou ao governo estadual algumas medidas para amenizar o impacto do tarifaço, entre elas a flexibilização de contratos de consumo de energia para as empresas, a exemplo do que ocorreu na pandemia; a prorrogação do prazo de pagamento de taxas ambientais estaduais para empresas exportadoras; e a criação de um fundo estadual para apoiar missões empresariais em outros países, com o objetivo de abrir novos mercados para a economia mineira.

Zema culpa Lula pelo tarifaço de Trump

Na mesma coletiva de imprensa, o governador Romeu Zema (Novo) afirmou que a situação do tarifaço “já melhorou muito” após a mudança de Trump e que não concorda com as tarifas impostas pelo presidente norte-americano.

Zema disse que o governo federal “fez de tudo para estar irritando” um dos maiores clientes dos produtos exportados pelo Brasil e citou como exemplo as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para que os países utilizem outras moedas diferentes do dólar no comércio exterior.

“Tem coisas que foram feitas na história que estão aí para funcionar e não para serem questionadas. E estamos aí agora pagando esse preço”, declarou.

Na visão do governador, o governo federal “escolheu um lado” ao se aproximar, segundo ele, de países como Cuba, Venezuela, Irã e do Brics, grupo de países formado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

“Vamos olhar os países dos Brics. Tem algum país lá cristão? Tem algum país do Ocidente? Tem algum país lá com história igual à nossa?”, questionou.

Instado a comentar sobre a participação da China no grupo, o maior parceiro comercial de Minas Gerais e do Brasil, Zema reiterou que o País deve ter boas relações com todos os seus parceiros comerciais, sejam eles a China ou os EUA.

O mandatário mineiro apontou que o governo estadual acompanhará a situação nos próximos meses e terá algumas medidas, dentro do que for possível, para amenizar o impacto do tarifaço.

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