Financiamento de veículos cresce 6% em Minas Gerais

O número de veículos financiados em Minas Gerais aumentou 6% em novembro se comparado ao mesmo mês no ano passado. Ao todo, 52 mil veículos foram comprados no Estado utilizando o financiamento como forma de pagamento no décimo primeiro mês do ano. O número inclui veículos leves, pesados e motos. Já no comparativo com outubro, houve queda de 11,5%. 

Os dados são da B3, bolsa de valores e a maior base privada do País que reúne o cadastro das restrições financeiras de veículos colocados como garantia em operações de crédito em todo o território nacional.

O número de financiamentos de veículos pesados no Estado foi o que mais cresceu dentre os veículos no mês de novembro, registrando alta de 8,4% se comparado com o mesmo mês do ano anterior. Com relação a outubro, houve recuo de 5,6%.

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Na análise do presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística de Minas Gerais (Setcemg), Antonio Luis da Silva Junior, os números advém do aumento dos preços dos veículos.

“Os veículos novos subiram muito e o frete não acompanhou este aumento. Então, o empresário não está tendo receita suficiente para renovar a frota. As financiadoras também estão mais seletivas e estamos tendo mais dificuldades para conseguir crédito”, comenta.

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No segmento de veículos leves, foi observada uma alta de 5,6% frente ao mesmo período do ano passado, e queda de 10,2% comparado com outubro de 2024. Já quanto ao financiamento de motos, a alta foi de 7,6% na comparação com novembro de 2023, e em relação ao mês anterior, houve uma diminuição de 17,4%.

Ainda segundo o levantamento, o Crédito Direto ao Consumidor (CDC) foi a modalidade de financiamento com maior representatividade dentre os demais tipos (consórcio, leasing e outros), com aumento de 13,4% frente a novembro do ano anterior.

Minas Gerais foi responsável por 8,59% dos financiamentos do País

Minas Gerais respondeu por 8,59% de todos os financiamentos de veículos no mês de novembro do Brasil. Para o gerente de Planejamento e Inteligência de Mercado da B3, Gustavo de Oliveira Ferro, apesar da queda em outubro, os números continuam apresentando um ritmo forte.

Segundo ele, a queda é explicada pelos quatro dias a menos do mês de novembro em relação a outubro.

“O destaque em novembro, entretanto, está para a média de financiamentos em todo o Brasil por dia útil. Foram 31,8 mil unidades, registrando a maior média desde novembro de 2011. Esse resultado confirma nossa expectativa para os dois últimos meses do ano, quando há uma aceleração das vendas por parte das revendas”, afirma.

Para o economista da Valor Investimentos, Paulo Henrique Duarte, o setor de veículos é um bom termômetro para a economia. Ele explica que a alta com relação a 2023 e a queda com relação ao mês anterior, é reflexo da dicotomia que o País está vivendo.

“A gente tem um aquecimento da economia, o PIB [Produto Interno Bruto] crescendo acima de 3% ao ano, mas por outro lado, também tem gerado uma inflação grande, e o Banco Central vem subindo muito a taxa de juros até para combater isso, porque que é o custo do dinheiro”, diz.

Essas ações, conforme o economista, já desaceleraram nos últimos dois meses o ritmo de crescimento e deve desacelerar ainda mais com as sucessivas altas na taxa de juros.

“A alta da taxa Selic já é um esforço que o Banco Central está fazendo para desacelerar a economia, e esse aumento dos juros aumenta o custo de capital e, com toda certeza, deve desacelerar também financiamentos não só de veículos, mas de imóveis, por exemplo, e outros”, avalia.