Fiocruz vai produzir insumo para fabricação nacional de insulina pela Biomm

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), instituição ligada ao Ministério da Saúde, produzirá em solo brasileiro o Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) para a fabricação da insulina Glargina. A nacionalização da produção ampliará a fabricação do medicamento pela Biomm, com sede em Nova Lima, Região Metropolitana de Belo Horizonte.
A iniciativa faz parte do Programa de Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) do governo federal. Com a implementação do projeto, a expectativa, segundo o Ministério da Saúde, é que a produção de insulina atinja a marca de 70 milhões de unidades anuais ao final do projeto, que prevê o primeiro fornecimento ao Sistema Único de Saúde (SUS) no segundo semestre deste ano.
A produção do IFA, concentrada na unidade da Fiocruz em Eusébio (CE), será a primeira planta produtiva do insumo para insulina da América Latina. De acordo com o ministério, a implantação local será capaz de garantir uma cadeia produtiva completa para o abastecimento do sistema de saúde, impactando também o desenvolvimento regional no Ceará e em Minas Gerais.
No ano passado, o CEO da Biomm, Heraldo Marchezini, destacou que a produção dos IFAs necessitaria de outros níveis de investimentos e, por isso, não poderiam no momento serem implementados pela empresa de biomedicamentos. Além disso, o executivo reforçou a importância de estudos que comprovem a sustentabilidade a longo prazo dos elementos econômicos.
Para uma eventual produção no Estado, segundo ele, seriam necessárias garantias mínimas a respeito do consumo nacional que justificassem o volume e investimento de produção. No entanto, Marchezini não descartou a probabilidade de produção futura, que dependerá do crescimento em volume da empresa nos próximos anos, conforme havia afirmado em 2024.
Procurada para esclarecimentos e expectativas sobre o projeto, a Biomm não retornou até a última atualização desta reportagem.
Nacionalização da produção surge para suprir demanda pelo medicamento
Até abril do ano passado, data de aprovação da produção de insulina glargina pela Biomm, em Nova Lima, o País enfrentava dificuldades com relação à demanda pelo medicamento. Antes da liberação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a empresa precisava importar da China as insulinas que eram comercializadas no País.
Com investimentos aproximados de R$ 800 milhões, a fábrica tem capacidade de produção estimada em até 20 milhões de carpules de insulina glargina. Além do insumo, o espaço será capaz de produzir até 20 milhões de outros biomedicamentos, como a insulina humana recombinante.
Em outubro de 2024, a marca havia conquistado outro marco histórico: a Anvisa aprovou o pedido de registro do Bevyx (bevacizumabe) – medicamento usado no tratamento de diversos tipos de câncer, como colorretal, pulmão, mama, rins e ovário. A iniciativa visa ampliar o portfólio da Biomm a partir da inserção de novos medicamentos biotecnológicos e oncológicos .
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