Estudo da FJP revela que 41% dos lares brasileiros são inadequados para morar

Uma pesquisa divulgada nesta terça-feira (7) pela Fundação João Pinheiro (FJP) atualizando os dados sobre o déficit habitacional no Brasil para o ano de 2022 revela um cenário preocupante. Segundo o estudo, dos domicílios urbanos considerados duráveis no País, 41,2%, ou seja, cerca de 26,5 milhões deles possuem algum tipo de inadequação que compromete a qualidade de vida de seus moradores.
O monitoramento, que também contou com a participação da Secretaria Nacional de Habitação (SNH) do Ministério das Cidades (MCID), revela, ainda, que essa situação é enfrentada principalmente pelas famílias de baixa renda.
O estudo ressalta uma persistência de desigualdades habitacionais que afeta, de maneira desproporcional, mulheres e cidadãos que se declaram não brancos.
As inadequações mencionadas no estudo abrangem também outros pontos críticos, como:
- carência de infraestrutura urbana básica, como fornecimento de energia elétrica, água, saneamento e coleta de lixo;
- problemas estruturais nas próprias edificações, como a ausência de banheiros exclusivos e materiais de construção inadequados;
- inadequação fundiária, que se refere a questões legais e de localização das moradias.
Déficit inclui famílias do MCMV
Outro retrato apontado pela pesquisa é de que cerca de 12 milhões de brasileiros estão enquadrados na Faixa 1 do Programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), destinados às famílias com renda total de até dois salários mínimos.
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De acordo com os cenários analisados, chama atenção o fato de que domicílios com rendas superiores a R$ 8 mil, especialmente nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste, também apresentam inadequações, desafiando a percepção comum de que a inadequação habitacional é problema exclusivo das camadas mais pobres.
Norte e Nordeste do Brasil lideram precariedades de infraestrutura urbana
Regionalmente, as disparidades são igualmente marcantes, mas a região Norte lidera em termos de inadequação de infraestrutura urbana, seguida de perto pela região Nordeste. Já em relação às inadequações edilícias e fundiárias, o Sudeste apresenta os números mais altos, informou a FJP.
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