Economia

Fluxo de visitantes em lojas de perfumaria, cosméticos e maquiagens sobe no Sudeste

O segmento foi o grande destaque do setor que recuou 0,31% ao longo do primeiro semestre deste ano
Fluxo de visitantes em lojas de perfumaria, cosméticos e maquiagens sobe no Sudeste
Foto: Reprodução/Adobe Stock

O segmento de perfumaria, cosméticos e maquiagem na região Sudeste do Brasil registrou alta de 6,72% no fluxo de visitantes em lojas físicas no primeiro semestre deste ano. De acordo com o Índice de Intenção de Compra no Varejo (IICV), da Seed Digital, esse foi o melhor desempenho do setor varejista na região, que recuou 0,31% em relação ao mesmo período de 2024.

O desempenho do Sudeste ficou abaixo da média nacional no indicador geral do setor, que fechou a primeira metade de 2025 com variação positiva de 4,52%. Por outro lado, a região superou o Brasil (4,93%) na análise do grupo de perfumaria, cosméticos e maquiagem.

O fundador e CEO da Seed Digital, Sidnei Raulino, destaca que o grupo de perfumaria, cosméticos e maquiagem está mais descolado dos demais segmentos do mercado. Para o especialista, o aumento da preocupação com cuidados pessoais pode ser um dos fatores que ajudam a explicar o bom desempenho do segmento, principalmente na região Sudeste do País.

Raulino lembra que o mercado de beleza e cuidados pessoais já vem crescendo desde a pandemia de Covid-19. Esse avanço pode ser notado tanto na movimentação de pessoas nas lojas quanto no faturamento das empresas que atuam nesse segmento. “Tivemos novas marcas surgindo no mercado e grandes investimentos da indústria que está realizando a venda direta desses produtos”, completa.

A redução em outras categorias também pode ter contribuído para esse bom desempenho de perfumaria, cosméticos e maquiagem. O dirigente relata que muitas pessoas têm adquirido produtos desse segmento para presentear a si mesmas. “Elas estão reduzindo o consumo de produtos para o lar, por exemplo, para cuidar mais de si”, diz.

Foto: Reprodução/Adobe Stock

A importância do varejo físico

Para o fundador da Seed Digital, o varejo físico é fundamental para a realização de posicionamento de marca e de produtos. Isso porque ele considera que esse canal possibilita uma experiência mais sensorial para o cliente no momento da compra. Ele ainda afirma que muitos consumidores tendem a preferir o primeiro contato com o produto em uma loja física, mesmo nos casos em que a venda é concluída no ambiente on-line.

“O varejo físico é um dos principais pontos de contato com a marca e com o produto, principalmente, no segmento de perfumaria, cosméticos e maquiagem. A maioria dessas transações é feita por meio de venda assistida, com auxílio de um vendedor”, avalia.

De acordo com Raulino, o varejo físico segue mostrando sua força. O especialista relata que muitas empresas que surgiram no comércio on-line no Brasil e no mundo estão começando a migrar para o ambiente físico visando ampliar sua conexão com os clientes.

“Um ponto físico bem estruturado e com bom atendimento dará ao cliente mais segurança para realizar suas compras mesmo no ambiente on-line, pois o consumidor terá maior percepção de confiabilidade e qualidade do produto e da marca”, explica.

O varejo físico, segundo o dirigente, tem encontrado grandes oportunidades de crescimento em algumas regiões do País, como é o caso das cidades polo do agronegócio. Esses lugares tendem a possuir uma renda per capita mais elevada, porém com poucas opções de comércio.

Muitas empresas têm lançado grandes empreendimentos comerciais – como shoppings centers, restaurantes, supermercados e demais operações – para absorver essa demanda reprimida em cidades com menos de 100 mil habitantes. “Já que o Brasil vive do agro, o setor também alimenta o próprio varejo”, declara.

Expectativas para o segundo semestre

A expectativa tanto para o varejo na região Sudeste quanto no restante do Brasil é de desempenho ainda melhor ao longo do segundo semestre deste ano. O CEO da Seed Digital pontua que a estimativa é de alta de 17% na comparação com a primeira metade do ano.

Sidnei Raulino explica que esse avanço no período já é um comportamento natural do comércio no Brasil. Isso porque o segundo semestre reúne algumas datas comerciais muito relevantes para o setor varejista no País. “Em comparação com o ano passado, nós temos uma expectativa de alta de 3% a 5% no segundo semestre”, acrescenta.

Além disso, ele acredita que alguns segmentos que não apresentaram bons resultados no primeiro semestre, por fatores ligados à demanda reprimida, por exemplo, poderão se beneficiar com o consumo típico do período marcado por datas comemorativas.

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