FMI e Argentina estão perto de novo acordo

Buenos Aires/São Paulo – O Fundo Monetário Internacional (FMI) avança nas negociações com a Argentina para concretizar um novo acordo que permita cobrir as necessidades financeiras do país em 2019.
Um porta-voz do FMI disse à Associated Press e a outros veículos de imprensa ontem que, durante a última semana, a equipe liderada por Roberto Cardarelli manteve “reuniões produtivas” em Buenos Aires com funcionários do Ministério de Economia e do Banco Central da República Argentina (BCRA) e que “estão sendo feitos avanços importantes para o fortalecimento do plano de política econômica argentino”.
“Estamos trabalhando arduamente para concluir essas conversas a nível técnico e apresentar uma proposta ao Diretório Executivo do FMI”, enfatizou o porta-voz da organização financeira, em uma mensagem enviada à Associated Press.
O governo argentino busca um adiantamento dos fundos do acordo de crédito firmado em junho, pelo qual a Argentina se comprometeu a reduzir o déficit para obter um empréstimo de US$ 50 bilhões, com a finalidade de enfrentar a crise cambial iniciada em maio. Desde o começo do ano, o peso argentino acumula uma desvalorização de cerca de 54% em relação ao dólar.
Kirchner processada – O juiz federal argentino Claudio Bonadio processou a senadora e ex-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, por fazer parte de uma associação ilícita que cobrava propinas a empresários que ganhavam contratos com o país no caso conhecido como “Cadernos dos Subornos”. De acordo com a agência de notícias Associated Press e com a imprensa local argentina, Bonadio também pediu pela prisão preventiva da ex-presidente, mas o Senado precisa aprovar a detenção da senadora, já que ela possui foro privilegiado.
Bonadio considerou Cristina Kirchner como uma das organizadoras da associação ilícita junto com seu marido, o ex-presidente Néstor Kirchner, e o ex-ministro de Planejamento Federal Julio De Vido. Também foram processados uma dezena de ex-funcionários kirchneristas e empresários de setores como obras públicas, energia e transporte. Entre os empresários processados está Angelo Calcaterra, primo do atual presidente da Argentina, Maurício Macri.
Bonadio condenou Cristina Kirchner pelos crimes de “associação ilícita na qualidade de chefe, admissão de presentes em 22 atos e suborno passivo em cinco atos” entre 2003 e 2015, período que inclui os mandatos de Cristina e de Néstor Kirchner. O juiz também decretou o bloqueio de 4 bilhões de pesos (o equivalente a quase US$ 100 milhões). (AE)
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