Economia

Espetáculos pirotécnicos se reinventam e movimentam cadeia de serviços

Além de impactar mais de 4 mil empresas varejistas em Minas, categoria impulsiona serviços como hotelaria, eventos, bares e restaurantes em diferentes regiões do País
Espetáculos pirotécnicos se reinventam e movimentam cadeia de serviços
Os espetáculos pirotécnicos de fogos de artifício são considerados partes fundamentais das grandes celebrações que atraem milhões de turistas nacionais e estrangeiros para dezenas de cidades | Foto: Reprodução Adobe Stock

Com novidades a cada ano, os espetáculos pirotécnicos de fogos de artifício se reinventam e seguem com presença consolidada em grandes eventos no Brasil, como festas juninas e Réveillon. Além de movimentar o Arranjo Produtivo Local (APL) em Santo Antônio do Monte, na região Centro-Oeste de Minas Gerais, o setor contribui diretamente com outros serviços, como hotelaria, eventos, bares e restaurantes em diferentes regiões do País.

As exibições são consideradas partes fundamentais das grandes celebrações que atraem milhões de turistas nacionais e estrangeiros para dezenas de cidades. Ao longo do ano, a categoria se manteve expressiva, com cerca de 4 mil empresas varejistas que comercializam produtos do gênero e somam um capital social da ordem de R$ 10 bilhões.

Os dados fazem parte de estudo técnico realizado pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) e analisados pela Aliança Brasileira da Pirotecnia. O movimento foi criado pela Associação Master dos Empresários da Pirotecnia (AME Pirotecnia) e pela Associação Brasileira de Pirotecnia (Assobrapi).

A produção de fogos de artifício, concentrada em Minas Gerais, é responsável por girar a economia de cidades como Santo Antônio do Monte, Lagoa da Prata, Japaraíba, Pedra do Indaiá e Moema. Na região, estão instaladas cerca de 60 fábricas que abastecem o mercado nacional.

Para o setor, a expansão comercial é resultado da crescente prática da pirotecnia responsável, atendendo a normas de segurança estabelecidas por órgãos de controle e fiscalização. Atualmente, as empresas que atuam de forma legalizada são submetidas a fiscalizações, feitas por diversos órgãos, que avaliam obrigações e exigências, da produção, ao armazenamento, transporte, comercialização e a queima de fogos.

O coordenador nacional da Aliança, Guilherme Santos, ressalta que a profissionalização é essencial para o desenvolvimento do setor e conta com aprimoramentos necessários para dar atenção especial a demandas específicas da sociedade. “Estamos abertos ao diálogo para, juntos, encontrarmos alternativas inteligentes, capazes de mitigar eventuais problemas”, destaca.

Indústria investe em ações para reduzir impacto em autistas e pets

A partir de evidências científicas, entidades que representam o setor de fogos de artifício e artefatos pirotécnicos seguem em busca de alternativas com foco em reduzir o impacto do barulho durante a queima. O objetivo é atender a demanda de famílias com animais domésticos e indivíduos portadores do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) ou com hipersensibilidade.

A ideia é investir em soluções que viabilizem as exibições para todos os públicos. Com esse objetivo, a Aliança Brasileira da Pirotecnia e a Associação Brasileira de Autismo e Deficiência Intelectual (Abradi) firmaram parceria para distribuir abafadores auriculares para autistas, facilitando a inserção do público em ambientes com ruídos intensos, incluindo espetáculos pirotécnicos.

O projeto já distribuiu cerca de 17 mil abafadores auriculares em diversos estados brasileiros. “Os abafadores auriculares também podem ser utilizados em animais de estimação, como cães e gatos que, em geral, ficam incomodados com o barulho emitido não apenas por fogos de artifício, que são sazonais, como também por diversos e mais rotineiros ruídos do dia a dia”, explica Santos.

Atualmente, o Brasil ocupa a segunda posição mundial na produção de fogos de artifício e artefatos pirotécnicos, atrás apenas da China. Mais de 90% da produção nacional está concentrada em Minas Gerais.

Pirotecnia em Minas Gerais

Produção: mais de 90% dos fogos de artifício fabricados no Brasil estão em Minas Gerais
Polo produtivo: Arranjo Produtivo Local (APL) concentrado em Santo Antônio do Monte
Cidades envolvidas: Santo Antônio do Monte, Lagoa da Prata, Japaraíba, Pedra do Indaiá e Moema
Indústria: cerca de 60 fábricas ativas na região
Varejo: aproximadamente 4 mil empresas comercializam fogos no País
Capital social do setor: cerca de R$ 10 bilhões
Posição global: Brasil é o segundo maior produtor mundial, atrás apenas da China
Responsabilidade: setor investe em pirotecnia responsável e em ações para reduzir impactos sonoros em autistas e animais

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