Mineira Who lança app contra fraudes de olho em pequenos negócios

O Brasil é um dos países com maior índice de fraudes virtuais no mundo, com crescimento de 80% nas tentativas de golpes nos últimos anos, segundo levantamento da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Pensando nisso, a empresa mineira de prevenção a fraudes, Who, irá lançar, no final de agosto, o aplicativo Consultaí.
O head de Marketing da Who, Daniel Didoné, explica que o produto será destinado, principalmente, aos pequenos negócios, que possuem pouca demanda por serviços de proteção à fraude. Ele irá funcionar sob o modelo de assinatura. A ideia é tornar mais acessível aos pequenos empresários serviços que até então eram mais utilizados pelas grandes empresas.
Didoné conta que existem três diferentes grupos de clientes dentro do mercado de prevenção a fraude: grandes e médias empresas que possuem alta demanda por esse serviço; empresas com pouca demanda; e a população em geral.
Ele ressalta que qualquer pessoa ou entidade que realize operações financeiras necessita de proteção contra fraude ou falsidade ideológica. Dentre elas, o head de Marketing da empresa destaca aquelas ligadas ao mercado financeiro, que, segundo ele, é um dos principais clientes do mercado de proteção a fraude, mas não são os únicos.
“Eu diria que o varejo, seguros, educação, telecomunicação, games e aplicativos em geral são segmentos de destaque, onde, no final das contas, todos fazem operações financeiras”, esclarece.
Vale ressaltar que a empresa mineira já possui grandes clientes no mercado financeiro, como Itaú, Safra, C6 Bank, Banco Pan, Daycoval e Carrefour Banco, por exemplo.
A tecnologia trouxe diversas facilidades para o dia a dia. Didoné cita outro dado apurado pela Febraban que mostra que, nos últimos anos, 66% das aplicações financeiras foram realizadas pelo celular. Ele destaca o exemplo do Pix, que apresentou um crescimento de 105% entre os anos de 2021 e 2022, passando de R$ 5,7 bilhões em transações para R$ 11,7 bilhões. “A digitalização é um caminho sem volta”, conclui.
Mas com essas mesmas facilidades, maneiras criativas de golpes vêm sendo desenvolvidas incansávelmente na intenção de conseguir transgredir normas e cometer fraudes. Diante disso, se proteger é fundamental. Segundo estudo da Serasa Experian, os brasileiros sofreram quase 3,9 milhões (3.879.869) de tentativas de fraude de identidade em 2022, e esse número vem crescendo.
O head de Marketing ainda lembra que dentre as 46,2 milhões de novas contas correntes em 2022, 63% delas foram abertas em canais digitais. Sendo que 20% dessas contas foram criadas no ambiente on-line suspeitas de fraude. Além disso, ele lembra que, só no último ano, a quantidade de tentativas de fraude cresceu 80% no Brasil, segundo levantamento da Febraban.
Proteção contra fraudes
Apesar desses números, o head de Marketing da Who explica que esses casos são uma rara exceção. Porém, com custos elevados para as vítimas, principalmente para as pequenas empresas, que, diferentemente das grandes, não contam com a possibilidade dessas perdas em seu orçamento.
Didoné também destaca que o impacto é ainda mais forte em empresas de pequeno porte. “A fraude, quando aplicada em pequenas empresas, chega ao ponto de ser crucial para a continuação do negócio”, relata.
Pensando na melhor maneira de se proteger desses riscos, ele definiu cinco pilares fundamentais para a prevenção à fraude: mais aprovação, menos fraude, menos tempo, menos custo e mais experiência.
Mas o head de Marketing da Who reforça que o peso de cada um desses pilares pode variar dependendo da empresa ou da situação. “Não tem uma solução específica que solucione o risco de fraude. Na prevenção, o ‘como fazer’ é mais importante do que o ‘o que fazer’”, destaca.
Resultados recentes da Who
Sobre a empresa, Dioné ressalta que a Who não é uma startup, mas que vem investindo em transformação digital. Segundo ele, já foram investidos, pela empresa, cerca de R$ 25 milhões nos últimos quatro anos. Isso é algo fundamental para esse mercado, já que o perfil do fraudador também está em constante mudança.
O head de Marketing ainda destaca que a companhia já contribuiu para evitar aproximadamente R$ 2,5 bilhões em fraudes nos últimos três anos, além de ajudar a liberar cerca de R$ 60 bilhões em crédito seguro.
Ele ressalta que a empresa não trabalha no âmbito da análise de crédito, mas sim na certificação de que esse recurso está sendo destinado ao receptor correto. Desde 2020, foram emitidos mais de um milhão de laudos de contestação, que são análises da veracidade de uma operação de crédito.
Didoné ainda esclarece que um dos papéis principais da Who é mais do que desenvolver uma solução, mas sim fornecer um ecossistema com diversas opções, unificando todas as soluções em uma única plataforma.
“A ideia é juntar todas as empresas de soluções de fraude do País. A Who se compromete a oferecer todas as soluções em um único ambiente, sem esconder quais são as empresas parceiras responsáveis por elas”, completa.
A Who fechou o ano de 2022 com R$ 56 milhões de receita e espera alcançar R$ 70 milhões neste ano. Já para 2024, a expectativa é de que a empresa, com operações em Belo Horizonte, alcance a marca de R$ 100 milhões de receita. Quanto à geração de empregos, Didoné revela que a empresa conta com mais de 400 colaboradores.
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