Economia

Funcionários lidera valorização na capital mineira

Funcionários lidera valorização na capital mineira
Crédito: MARCELLO CASAL JR. / ABr

Localizado na região Centro-Sul de Belo Horizonte, o Funcionários é o bairro que registrou maior valoração imobiliária no segundo trimestre de 2022. A informação é do Relatório de Compra e Venda Casa Mineira por QuintoAndar. De acordo com a pesquisa, o preço médio de compra por metro quadrado no bairro foi de R$ 9.614. 

A pesquisa revela que em comparação com o mesmo período do ano passado, a capital mineira obteve, de abril a junho, um preço médio com redução de 1,49%, fechando em R$ 4.764/m². 

Ainda dentro do ranking, a Savassi apareceu na segunda posição, com o preço médio de R$ 9.250/m². Em terceiro, o bairro de Lourdes registrou investimento médio de R$ 8.521/m². Seguindo na mesma lista, o bairro Luxemburgo obteve valoração de R$ 8.099/m², Anchieta, com R$ 7.639/m², e o Serra, com R$ 7.300/m². 

O bairro Cruzeiro surgiu em sétima posição, com a média de R$ 7.000/m². Já o Sion teve a média de R$ 6.533/m², enquanto no Santo Antônio a valoração foi de R$ 5.765/m². Fechando a listagem dos dez bairros mais caros, o União, na região Nordeste da Capital, aparece com a média de R$ 5.563/m². 

Para o gerente de dados do QuintoAndar, Thiago Reis, a tradição e infraestrutura dos bairros são fatores considerados para a valoração. ”Funcionários é um bairro que mescla tradição e modernidade. Conta com um polo comercial e cultural-gastronômico bastante reconhecido. Com o Lourdes não é muito diferente. É um bairro que conta com ruas amplas e arborizadas. Algo que passou a ser ainda mais valorizado durante a pandemia, ficando próximo aos estabelecimentos mais requisitados”. 

A pesquisa mostra também quais foram os dez bairros da Capital que mais foram procurados entre abril e junho deste ano. Em primeiro lugar, aparece o bairro Havaí, sendo o mais procurado para compra e venda de imóveis. Na sequência, aparecem as seguintes localizações mais pesquisadas: Buritis, Santo Antônio, Carlos Prates, Jardim América, Centro, Sagrada Família, Sion, Prado e Lourdes. 

Apesar da ligeira queda no preço médio do metro quadrado no segundo trimestre, a cidade, segundo afirma Reis, segue com o mercado aquecido. “Não existe nenhum fator que indique uma reversão completa do cenário observado na capital mineira. O mercado de compra e venda está habituado a operar com taxas altas no Brasil. E ele reage mais lentamente às alterações conjunturais da economia”, analisa.

Dinamismo na Capital 

Para o gestor especialista em mercado imobiliário e CEO da Epar, Eduardo Luiz, a cidade de Belo Horizonte vive um dinamismo bastante positivo no cenário de compra e venda de imóveis. “Estamos vendo uma tendência natural das incorporadoras, hoje por conta dessa latência, em função da pandemia”.

Ele explica que o cenário pandêmico aflorou muito as questões que envolvem fatores de vida, de convívio social e das relações de trabalho. “O trabalho abriu um leque de oportunidades, seja em casa ou no próprio condomínio, seja de espaços de coworking ou de salas. Hoje também existe uma grande procura por imóveis com varandas e as áreas de lazer, que têm se tornado fundamentais para uma qualidade de vida. São fatores mutantes e estão sempre em transformação”, enfatiza o especialista. 

Thiago Reis ressalta que a casa própria é um sonho para quase 9 em cada dez brasileiros, como mostra o recente Censo QuintoAndar de Moradia. “Há muitas pessoas que fizeram planos, que guardaram dinheiro, e mesmo com um cenário econômico difícil, desafiador, não pretendem adiar o sonho de comprar sua casa. Isso porque a decisão do consumidor de comprar um imóvel é um compromisso de longo prazo”.

Tendências 

Em se tratando, por exemplo, de empreendimentos novos, principalmente nos bairros que compõem o ranking de bairros mais caros, Eduardo Luiz analisa: “Se observarmos o futuro da taxa de juros, a tendência, de acordo com o Banco Central, é que a taxa de juros esteja muito mais baixa do que agora. Isso acarreta numa realidade em que quando temos um juro menor, as pessoas tendem a financiar e a buscar imóveis. Outro fator preponderante como tendência é o custo da construção civil que está alto e que vai continuar alto. As construtoras passam a repassar aos imóveis novos esse custo obrigatoriamente”.

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