Fundo do Sebrae para MPEs completa 30 anos com potencial de captar R$ 6 bilhões em Minas

O Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas (Fampe) deverá possibilitar créditos da ordem de R$ 6 bilhões para as micro e pequenas empresas (MPEs) mineiras neste ano, segundo projeção do Sebrae Minas. O fundo gerenciado pela entidade completou 30 anos de existência nesta semana em meio à novos desafios para os pequenos negócios, como o tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Em todo o País, o fundo tem uma carteira de R$ 2 bilhões, que consegue garantir um montante de R$ 30 bilhões em empréstimos para as micro e pequenas empresas. Cerca de 20% do Fampe é destinado a negócios no Estado, explica o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Minas, Marcelo de Souza e Silva. Além disso, o fundo avalista é relativamente pouco acionado, já que a taxa de inadimplência está entre 15% e 18%, aponta.
“A gente trabalha esse fundo para as micro e pequenas empresas, mas mostrando, antes, se realmente é preciso esse valor para impulsionar o negócio, identifica o que precisa, ajuda a pegar os recursos – e o Fampe faz isso com uma tranquilidade grande, por causa dessa garantia que ele dá – e depois também quando consegue o recurso, como aplicá-lo melhor na empresa e ter sustentabilidade do negócio”, afirma Souza e Silva.
O executivo destacou a parceria da entidade na utilização do Fampe com o Banco do Brasil, o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), a Caixa Econômica Federal e as cooperativas, em busca de um crédito facilitado para as MPEs mineiras.
O presidente da entidade aponta que agora o Sebrae Minas está finalizando a formação do grupo de trabalho que identificará os setores da economia mineira mais afetados pelo tarifaço de Trump, bem como quais serão os impactos nas MPEs nas cadeias produtivas mais atingidas, para disponibilizar uma linha de crédito do fundo, com 100% de garantia, voltada para os pequenos negócios mais atingidos pelas tarifas.
“Nesse primeiro momento, as grandes empresas sofrem esse impacto, mas elas têm que reduzir compras, mão de obra. Então, o que acontece com as grandes empresas impacta as micro e pequenas empresas, que são fornecedoras dessas empresas”, disse Souza e Silva. “As MPEs precisam de crédito e o Fampe pode ajudar a buscar crédito nesse momento, para fazer uma readequação do seu negócio por causa do impacto do tarifaço”, completa.
Fora situações excepcionais como as tarifas norte-americanas, o Fampe também tem outras linhas específicas, como para pequenos negócios afetados por eventos climáticos extremos, como enchentes, e para MPEs comandadas por mulheres.
“Está crescendo o empreendedorismo feminino, que tem uma característica própria. As mulheres, além de cuidar do negócio, cuidam dos filhos, da casa e, hoje, estão, cada vez mais, sendo a sustentabilidade dos lares. Então, a gente está fazendo essa experiência com o Fampe a 100% de garantia no empreendedorismo feminino, a fim de impulsionar os negócios das mulheres e deixar que elas tenham essa tranquilidade financeira”, finaliza.
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