Furnas aprova um acordo para pagar R$ 496 milhões para a Light

São Paulo – O Conselho de Administração da companhia Furnas aprovou um acordo judicial para reaver à elétrica Light R$ 496 milhões referentes a pagamentos indevidos recebidos pela subsidiária da Eletrobras em 1986, informou a estatal ontem.
O acordo prevê que o pagamento será realizado em três parcelas, sendo uma de R$ 336 milhões até 28 de dezembro deste ano, uma de R$ 40 milhões até 5 de dezembro de 2021 e outra de R$ 120 milhões até 18 de março de 2022, segundo fato relevante publicado pela Eletrobras.
“Essa última parcela poderá ser quitada em ativos elétricos, por meio de transferência bancária, ou a combinação de ambos, a depender da avaliação financeira dos ativos elétricos a serem transferidos para a Light”, acrescentou a Light em comunicado à parte, divulgado também ontem.
Segundo a Eletrobras, o processo ainda não havia sido provisionado ao final do terceiro trimestre, pois Furnas chegou a obter sentença e recursos favoráveis na Justiça do Rio de Janeiro.
“Entretanto, em razão do andamento processual e de novas decisões desfavoráveis em instâncias recursais junto ao Superior Tribunal de Justiça, os riscos envolvidos foram reavaliados, majorando-se a expectativa de perda”, afirmou a estatal.
“Por esta razão, considerou-se o acordo judicial como sendo a melhor alternativa para o encerramento do processo”, completou, acrescentando que os efeitos do acerto serão tratados no balanço do quarto trimestre deste ano.
Renegociação – Neste mês, o Conselho de Administração da Eletrobras aprovou também a renegociação de uma dívida de R$ 4,03 bilhões que a distribuidora privada Amazonas Energia possui junto à empresa, informou a estatal em fato relevante.
Segundo o comunicado, o montante será dividido em três contratos com início de amortização em 30 de dezembro de 2023, prazo de 120 meses e taxa de CDI + 3%, com saldos a vencer de R$ 1,9 bilhão, R$ 1,05 bilhão e R$ 483 mil, respectivamente.
Haverá também quatro contratos com início de amortização em 30 de dezembro de 2021, prazo de 24 meses e taxa de CDI + 3%, com respectivos valores de R$ 202 mil, R$ 139,4 mil, R$ 44,6 mil e R$ 183 mil.
Em garantia da dívida, a Amazonas Energia cederá à Eletrobras um ativo no valor total de R$ 723,1 milhões. (Reuters)
Casa dos Ventos terá comercializadora
São Paulo – A desenvolvedora de projetos de geração eólica Casa dos Ventos se prepara para abrir uma empresa de comercialização de energia, que ficaria responsável por vender a produção de usinas do grupo e também atuaria em outras operações no mercado elétrico.
O lançamento da comercializadora está previsto para janeiro de 2021, afirmou a empresa, por meio da assessoria de imprensa.
A aposta da Casa dos Ventos ocorre num momento de forte movimentação no mercado livre de energia, ambiente no qual atuam as comercializadoras e em que grandes indústrias e centros comerciais podem negociar diretamente contratos de suprimento.
A Reuters publicou em outubro que o setor tem atraído interesse de bancos como ABC Brasil, Itaú, Daycoval e Santander, e de diversas outras empresas, o que deve fomentar a competição no ramo e mesmo operações de fusões e aquisições.
No fim de novembro, a BR Distribuidora anunciou a compra de uma fatia de 70% na Targus Energia, por R$ 62,1 milhões, com opção de compra da fatia restante.
A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) contabilizava 389 comercializadoras de energia ativas em outubro, cerca de 13% a mais que em janeiro, quando eram 343.
Vestas – A Casa dos Ventos também anunciou um novo contrato de turbinas eólicas para a fabricante dinamarquesa Vestas, para 80 máquinas que somarão 360 megawatts em capacidade.
As turbinas serão para o projeto Babilônia, na Bahia, e têm entrega prevista para a partir do segundo semestre de 2022. O comissionamento é estimado para o segundo trimestre de 2023.
A Casa dos Ventos disse que grande parte da produção da usina será negociada com empresas no mercado livre de energia.
Omega – A Omega Desenvolvimento, do mesmo grupo da empresa de energias renováveis Omega Geração, celebrou acordo para aquisição de turbinas eólicas com vistas à implementação de novos projetos, informaram as empresas em comunicado.
O negócio foi fechado “com um dos líderes globais em tecnologia eólica” e envolve máquinas com 212 megawatts em capacidade potencial para o empreendimento Assuruá 4, além de uma opção de compra de mais 220 megawatts em equipamentos para o empreendimento Assuruá 5.
“Os dois projetos são expansões de nossos ativos operacionais Assuruá 1, 2 e 3, nos municípios de Xique-Xique e Gentio de Ouro (BA), e fornecerão energia via contratos bilaterais junto a consumidores de alta qualidade de crédito no mercado livre”, acrescentou a Omega Geração no comunicado, divulgado na noite de segunda-feira (21).
A empresa não revelou o nome do fornecedor das turbinas eólicas e nem maiores detalhes sobre as negociações no mercado livre para viabilização dos projetos.
As obras dos parques devem começar no início de 2021, com operações previstas para 2022, de acordo com o comunicado. (Reuters)
Térmica no Porto de Açu recebe LO
São Paulo – O governo do Rio de Janeiro concedeu ontem licença para operação (LO) de uma usina termelétrica a gás natural no Porto do Açu, no norte fluminense, que possui capacidade instalada de 1,34 gigawatts (GW) e deve iniciar atuação comercial no primeiro semestre de 2021.
A usina, denominada UTE GNA I, é operada pela Gás Natural Açu, que possui como acionistas Prumo Logística, BP e Siemens. Ela faz parte de um parque elétrico que contará com duas térmicas a gás – em conjunto, os ativos atingirão 3 GW de capacidade instalada.
“Estamos muito felizes com a obtenção da licença de operação do nosso primeiro projeto. Por conta da pandemia, as obras foram suspensas quando tínhamos mais de 5 mil trabalhadores e conseguimos retomar com muita responsabilidade, segurança e sem acidentes”, disse em nota o diretor de Regulação da GNA, Guilherme Penteado.
“Estamos ansiosos para 2021, quando iniciaremos as obras da GNA II, que vai empregar também mais de 5 mil pessoas”, acrescentou.
A licença concedida pelo governo fluminense prevê que a operação da usina seja feita a partir da dessalinização da água do mar, para reduzir o impacto ambiental.
A GNA também tem autorização para, no futuro, dobrar a capacidade instalada do parque termelétrico.
Com investimento de R$ 10 bilhões, o projeto total engloba ainda um terminal de regaseificação de gás natural liquefeito com capacidade para 21 milhões de metros cúbicos por dia. (Reuters)
Ouça a rádio de Minas