Gás natural é reajustado em Minas Gerais

A Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig) anunciou ontem novos reajustes nas tarifas dos consumidores. A correção ocorreu, de acordo com a empresa, após decisão da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede) de repassar uma variação positiva de 20,21% do custo médio de aquisição do gás natural pelas empresas que fornecem o combustível — o Governo de Minas Gerais é o responsável pela distribuição do serviço de distribuição de gás canalizado em Minas Gerais, cuja operação hoje é realizada pela Gasmig.
Essa alta das empresas supridoras da Gasmig ocorreu em 1º de maio e é justificada, ainda de acordo com o comunicado da companhia, pela flutuação das cotações internacionais do petróleo nos últimos meses e também pela taxa de câmbio. Na prática, os preços em Minas Gerais serão reajustados, para todos os segmentos, na faixa que varia entre 11,87% e 18,33%.
Vale ressaltar, no entanto, que o segmento residencial terá o congelamento de tarifas vigente até fevereiro de 2023, medida anunciada para manter a confiança dos consumidores e a previsibilidade que é um dos pontos-chave para aqueles que buscam o gás como alternativa em suas residências e pequenos negócios. Essa previsibilidade se dá pelos reajustes em períodos definidos previamente nos contratos de compra.
A alta mais significativa está endereçada ao segmento de Gás Natural Comprimido/Liquefeito, com reajuste de 18,33%, utilizados na indústria e também no abastecimento de veículos pesados e até mesmo os leves. O valor é seguido por um salto de 15,43% no gás utilizado na cogeração e climatização pelo Gás Natural Veicular (GNV), que sofreu 15,35% de reajuste. Por fim, o segmento industrial deve absorver agora uma alta de 11,87%.
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Reajuste temerário
Em meio ao anúncio, o Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos do Estado de Minas Gerais (Sindirepa MG) classificou o reajuste como temerário para o setor e também para o bolso daqueles trabalhadores que utilizam o combustível em suas atividades. A entidade apontou, ainda, que em cenários como esse a conversão diminui e alguns clientes até mesmo retiram os equipamentos dos carros por considerar que o GNV deixa de ser competitivo.
Apesar da alta, a entidade afirma que a competitividade do GNV em relação aos combustíveis líquidos continua, chegando a performar 30% mais que a gasolina, principalmente no que diz respeito às distâncias percorridas.
Impacto para taxistas
O taxista Edmar Ribeiro, que atua em Belo Horizonte desde 1998, concorda que a opção segue mais rentável para aqueles que, assim como ele, percorrem muitos quilômetros diariamente. Mas isso não significa que o reajuste não passe despercebido: “O combustível está machucando demais o profissional do volante, porque é o insumo principal. Todo o aumento é importante, porque não é possível repassar os custos. Antes do reajuste, encontrávamos o GNV a R$ 4,89 ou, no máximo, R$ 4,99. Agora estamos pagando entre R$ 5,49 e R$ 5,69”, relata.
Nesses 27 anos em que trabalha nas ruas da Capital, ele afirma que em 24 deles circulou com veículos a gás e só pretende mudar caso adquira um veículo elétrico ou híbrido. Ele acrescenta, no entanto, que a diminuição da diferença e da vantagem para o combustível líquido está caindo ao longo do tempo.
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