Economia

Gás natural pode render US$ 11 bilhões

Rio de Janeiro – Uma chamada pública aberta em agosto por 12 distribuidoras de gás natural do Nordeste, Centro-Oeste e Sul, em busca de novos ofertantes do insumo, além da Petrobras, tem um potencial para gerar negócios de cerca de US$ 11 bilhões, de acordo com estudo desenvolvido pela Wood Mackenzie, ao qual a Reuters teve acesso com exclusividade.

A concorrência foi lançada pelas distribuidoras em um movimento inédito que visa garantir os contratos para atender à demanda de seus consumidores a partir do fim de 2019, quando expiram acordos de muitas dessas empresas junto à petroleira brasileira de controle estatal.

O sucesso completo da iniciativa, no entanto, depende de reformas regulatórias colocadas em curso pelo governo federal e pela agência reguladora do setor de óleo e gás (ANP), que poderá permitir a entrada dos novos ofertantes de gás, como as gigantes que hoje atuam no pré-sal, disse à Reuters o analista de Gás e GNL da consultoria para a América Latina, Mauro Chavez.

“É muito positiva essa iniciativa das distribuidoras, é muito louvável o esforço, porque elas estão saindo da zona de conforto… E essa chamada pública vai servir para prover mais evidências factíveis da urgência da revisão do marco regulatório”, afirmou Chavez.
Atualmente, as regras do setor apresentam diversos impedimentos para a chegada de novos ofertantes de gás, como por limitações de acesso à infraestrutura de transporte e de processamento da Petrobras, entre outras inúmeras questões.

O conteúdo continua após o "Você pode gostar".


Enquanto o governo e a ANP correm contra o tempo para aprovar medidas legais que darão acesso a esses novos competidores, os potenciais interessados em fornecer o gás para as distribuidoras poderão fazer seus lances, mas apenas assinarão os contratos depois que tiverem garantias de que poderão levar o gás aos clientes.

O tema poderá ganhar destaque ao longo da próxima semana, quando acontece o importante congresso de petróleo Rio Oil & Gas, no Rio de Janeiro.

O estudo da Wood Mackenzie apontou que as distribuidoras têm um potencial para contratar um total 32,9 bilhões de metros cúbicos de gás natural, para janela de 2020 a 2026, o que poderá representar ofertas totais de até US$ 11 bilhões, frisou Chavez.

Prorrogação – O prazo para envio de propostas por possíveis fornecedores vai até 10 de outubro no Sul e 8 de novembro para o Nordeste. Para Chavez, no entanto, uma postergação do prazo seria interessante para atrair mais interessados.

“Para aumentar o número de ofertas e a conscientização dos players internacionais, acreditamos que o prazo para apresentar propostas deve ser estendido para pelo menos dezembro de 2018 e as propostas vinculantes para o primeiro trimestre de 2019”, afirmou. (Reuters)

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas