Gás do Povo: programa pode reduzir em até 50% o uso de lenha em lares brasileiros

O Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás) aponta que o programa Gás do Povo tem potencial para reduzir entre 30% e 50% o uso de lenha nas residências brasileiras. O novo programa do governo federal será lançado nesta quinta-feira (4) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Aglomerado da Serra, região Centro-Sul de Belo Horizonte.
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Entre as unidades federativas, Minas Gerais está entre aquelas que terão mais de um milhão de famílias beneficiadas. Além do Estado, Pará, Maranhão, Ceará, Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo também contarão com mais de um milhão de famílias contempladas pelo programa.
A medida é vista pelo Sindigás e pelo governo federal como uma alternativa de combate à pobreza energética. Além disso, a política está alinhada ao compromisso 7 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas (ONU), que busca assegurar o acesso universal a tecnologias limpas de cocção.
Para o presidente do Sindigás, Sérgio Bandeira de Mello, a iniciativa é efetiva. “Durante anos, governos de diferentes matrizes ideológicas discutiram formas de baratear o preço do gás. Sempre pregamos cautela com esse tipo de iniciativa, porque, se houver uma política de redução generalizada do preço, haverá um custo fiscal elevado e baixo impacto social”, pondera.
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Segundo Mello, a proposta de selecionar famílias mais vulneráveis e fornecer o botijão gratuitamente é uma forma mais eficaz de garantir o acesso ao gás liquefeito de petróleo a quem realmente precisa. “Reduzir o preço do botijão de R$ 104 para R$ 90 é bacana, mas o que muda na vida da população vulnerável? Nada”, avalia.
O programa será custeado integralmente com recursos públicos, sem necessidade de créditos extraorçamentários. Para este ano, a Lei Orçamentária Anual (LOA) já prevê mais de R$ 3,57 bilhões para a implementação da política, o que garante sua continuidade e aprimoramento. Para 2026, a previsão é de R$ 5,1 bilhões.
Impulso ao setor de gás mineiro
Conforme dados do Sindigás, a iniciativa tem grande potencial para impulsionar as revendas de gás em Minas Gerais. “Acreditamos que pode haver um aumento de 3% a 5% no consumo, especificamente nas vendas de botijões de 13 kg”, comenta o presidente da instituição.
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