Economia

Gasmig compra gás 40% mais barato em contrato inédito

Gasmig compra gás 40% mais barato em contrato inédito
Contrato de fornecimento de gás natural assinado pela Gasmig com a Galp foi o 1º junto a uma empresa privada | Crédito: Divulgação

A Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig) assinou contrato para a compra de gás natural junto à Galp Energia Brasil S.A. A contratação é um marco importante para diversificar o fornecimento do insumo no Estado, que, até então, era exclusividade da Petrobras. A entrega teve início em 1º de abril. O preço do gás fornecido pela Galp ficou 40% menor que o da estatal, o que vai gerar competitividade para o Estado.

De acordo com o diretor-presidente da Gasmig, Pedro Magalhães, a diversificação é importante para que haja concorrência entre as empresas fornecedoras e para o acesso a preços mais competitivos. 

“Fizemos uma chamada pública e a Galp participou. Conseguimos fechar um contrato muito interessante para o Estado, a preços muito melhores, que chegam a ser 40% inferiores aos da Petrobras”.  

Conforme Magalhães, esse foi o primeiro contrato de fornecimento de gás natural assinado pela Gasmig junto a uma empresa privada. Até então, toda a demanda era atendida somente pela Petrobras.

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O contrato prevê a compra de 260 mil metros cúbicos diários da Galp, volume que pode variar conforme a demanda da Gasmig e disponibilidade da empresa privada. O volume equivale a cerca de 10% das vendas de gás natural em Minas Gerais.

“Este contrato traz competitividade para Minas Gerais. Com a abertura, estamos estudando outras oportunidades com o objetivo de trazer gás mais barato para o Estado”.

A Gasmig também está buscando fornecedores de gás verde, para ser utilizado na  substituição energética e reduzir o uso de outras fontes como carvão mineral, a lenha, o cavaco, entre outros. “Estamos andando com esse projeto onde as empresas que fizerem a substituição vão ter gás limpo e contribuir para o menor impacto ambiental”.

Flexibilidade

Além dos preços mais baratos do gás, outra vantagem do contrato junto à Galp é a flexibilidade de fornecimento, que pode variar para cima ou para baixo conforme a demanda da Gasmig e a oferta da empresa. Este diferencial é importante, já que junto a Petrobrás, quando há menor demanda que o contratado, a Gasmig paga multa.

“A flexibilidade é importante. Em Minas, a maior parte do gás natural é voltada para as indústrias de mineração e siderurgia e quando há uma menor demanda de mercado pelos produtos – como aço, minério, entre outros – o consumo é reduzido. Pelo contrato com a Petrobras, quando não consumido o volume acordado, temos que pagar multa. Agora, com a Galp, isso não acontece”. 

Em relação aos próximos contratos com novos fornecedores, Magalhães informou que a Gasmig já recebeu propostas de empresas interessadas. “A gente só tinha a Petrobras como fornecedora e, hoje, também temos a Galp. Outras empresas já mostraram interesse em fornecer gás para a Gasmig. Então, começamos a ter novas fontes e a Petrobras terá que mexer nos preços para segurar o mercado que tem hoje”.

Magalhães explica que o maior contrato junto à Petrobras, que responde por 80% da demanda do Estado, vence no final de 2023. A expectativa agora, com a abertura do mercado, é conseguir preços mais acessíveis. No início do ano, a Gasmig fechou contrato menor com a Petrobrás a valores 50% mais altos do que o contrato anterior.

“Nas próximas negociações, vamos ter concorrência e esperamos conseguir condições melhores. Quando entrei na Gasmig, Minas Gerais tinha o gás natural mais caro entre os maiores estados consumidores, hoje, tem o terceiro mais barato”, disse Magalhães.

Argentina vai aumentar as importações

Londres, Buenos Aires, La Paz – A Argentina está negociando aumentar drasticamente as importações de gás natural da Bolívia para entre 16 milhões e 18 milhões de metros cúbicos por dia durante o inverno do Hemisfério Sul, embora o plano dependa que seu gigante vizinho Brasil garanta seu apoio.

O país sul-americano está buscando suprimentos alternativos de gás depois de ser duramente atingido pelo aumento dos preços do gás natural liquefeito (GNL) devido à guerra na Ucrânia, que ameaça causar um profundo déficit comercial de energia este ano.

Uma segunda fonte do governo argentino e uma fonte da indústria com conhecimento direto das negociações disseram que o acordo para aumentar as importações de gás da Bolívia está sujeito a negociações com o Brasil. O acordo seria para o período de inverno de três meses.

O ministro da Economia da Argentina, Martín Guzmán, viajará ao Brasil na sexta-feira e se reunirá com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, entre outros.

“No momento, o Ministério de Minas e Energia não tem expectativa de que o Brasil demande menos gás da Bolívia”, disse a pasta.

Emilio Apud, ex-secretário de energia da Argentina que agora dirige uma empresa de consultoria, estava cético sobre o tamanho do acordo, a menos que o comprador rival da Argentina, o Brasil, desista de parte da demanda que já concordou com a Bolívia.

Outra fonte da indústria familiarizada com o assunto disse que o Brasil está disposto a permitir que parte de sua cota de gás boliviana seja redirecionada para a Argentina por causa das fortes chuvas que estão aumentando sua produção de energia hidrelétrica. (Reuters)

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